Na sua opinião, a necessidade de cooperação com a Rússia é uma “verdade existencial” da política dos EUA. Para reforçar o seu ponto de vista, Cohen citou o ex-senador norte-americano Daniel Patrick Moynihan, que certa vez disse: “todos têm direito às suas próprias opiniões, mas não aos próprios fatos”.
“O fato é: o mundo hoje está em um perigo muito maior do que há 25 anos, quando a União Soviética existia. O número de potências nucleares aumentou, mas o controle sobre os arsenais nucleares diminuiu. Existem mais conflitos regionais, étnicos e religiosos, mais extremismo político e intolerância" — destacou o cientista político.
Em seu discurso, ele apontou ainda para um outro fato – segundo ele, nenhum desses perigos pode ser combatido sem a cooperação da Rússia, independente de quem estiver comandando o Kremlin.
Analisando a política de Washington em relação à Rússia, o cientista político se pergunta se existem alternativas ao isolamento. Críticos da Rússia propõem desestabilizar o país, contribuindo para uma mudança de regime. No entanto, na opinião de Cohen, eles estão cometendo três erros fundamentais.
“Erro número um: no mundo globalizado em que vivemos é simplesmente impossível de isolar a Rússia, ela é grande demais. Na opinião do Ocidente, a Rússia possui muitas alternativas. Um fato: desde que o Presidente Obama declarou há alguns meses que a política dos EUA está voltada para o isolamento da Rússia, Moscou assinou mais acordos de cooperação econômica, política e financeira do que Washington. A Rússia tem a quem recorrer.” — acredita Cohen.
“Nós [EUA] precisamos de um parceiro no Kremlin. Não precisa ser uma amigo, mas um parceiro, que compartilhe os nossos interesses fundamentais. Para alcançar isso, precisamos iniciar um contato pleno sobre questões de segurança e outros assuntos” — concluiu Stephen Cohen.