Eles reclamam que os Estados Unidos se encarregam da situação de efetuar as prisões, mas depois delegam a responsabilidade para outros.
“O governo desse país (EUA) nos manteve injustamente detidos por 13 anos e agora eles devem nos fornecer o que for preciso para levarmos uma vida normal como seres humanos. Eles não podem delegar os seus erros a outros, devem ajudar com habitação e apoio financeiro… É o mínimo que podem fazer ou o mínimo que podemos pedir", dizem os manifestantes.
Três sírios e um tunisiano se recusam a assinar um documento da ACNUR (Agência da ONU para Refugiados) que lhes garante um ano de moradia e uma pensão de 550 dólares. O argumento dos ex-detentos é que o prazo de um ano é muito curto considerando o fato de que eles estiveram presos por treze anos sem julgamento e sem acusação em Guantánamo.
O sexto refugiado, um palestino, foi o único a aceitar os termos do documento proposto pela agência da ONU.
O sírio Ali al Shabaan, de 32 anos, disse que acredita que a América tem uma dívida com eles, mas diz que se sente bem no Uruguai, onde as pessoas são calorosas e trata-os bem.
O governo do Uruguai, por sua vez, disse que eles são "homens livres" e, portanto, podem protestar em frente à embaixada dos EUA o tempo que eles querem.
Os seis refugiados chegaram ao Uruguai em dezembro do ano passado, como parte de uma iniciativa do ex-presidente José Mujica. Desde a chegada, eles receberam tratamento médico e acomodação em uma casa da central sindical única Pit-CNT. Mas agora a ONU deve assumir o controle de seu status de refugiado e os seis ex-prisioneiros querem melhorar suas condições de vida e se reunir com suas famílias.