Durante um encontro em Helsingor, na Dinamarca, os chanceleres da Islândia, Noruega, Suécia, Dinamarca, Finlândia, Estônia, Letônia e Lituânia discutiram os meios que poderiam frear o fluxo de informações e impedir a divulgação de certas declarações.
O encontro foi dedicado à "propaganda do Kremlin relativamente à situação na Ucrânia".
Disse, em particular, o chanceler dinamarquês, Martin Lidegaard:
"Nós queremos criar um mecanismo que permitiria detectar rapidamente a divulgação de informação falsa e reagir rapidamente. Para que todos possam saber de que se trata e para que as declarações não se espalhem com tanta velocidade".
No seu discurso confuso, o ministro não especificou os detalhes de tal "mecanismo".
Trata-se de meios de comunicação que devem desmentir a versão oficial russa.
No entanto, o ministro dinamarquês Lidegaard e o seu colega finlandês, Erkki Toumioja, coincidem que é necessário proteger pelo menos a imagem do Norte da Europa. Contudo, isso não cancela o desejo de bloquear parte de informações, para Lidegaard:
"Nós não pretendemos criar novos meios de comunicação. Não queremos que nos acusem de propaganda. Trata-se da divulgação dos fatos que a mídia pode utilizar".
A reunião se dá menos de uma semana depois da criação, na Finlândia, de um grupo de trabalho destinado a combater a chamada "propaganda russa".
O próprio conceito de "propaganda russa" tem sido frequentemente usado por certos países para designar todo tipo de informações ou opiniões que divergem da posição oficial deles.
Mais cedo neste ano, a Broadcasting Board of Governors (BBG, agência estadunidense responsável por meios de comunicação como a Voz da América e Radio Europa Livre) tinha criticado a mídia internacional da Rússia, comparando-a com o Estado Islâmico. O orçamento da BBG excede os 700 milhões de dólares.
Já os países do Norte da Europa pretendem destinar 270 mil euros (quase 305 mil dólares) para combater a mídia russa.
A prática de destinar verbas para impedir a divulgação de informações e opiniões que divergem da opinião oficial não se dá na Rússia, país que possui uma diversidade de conteúdos midiáticos de diferentes vertentes e várias opiniões.