Chanceleres europeus querem combater "propaganda russa"

© AFP 2023 / KELD NAVNTOFT/SCANPIX DENMARKDe esquerda à direita: Margot Wallstrom (chanceler sueca), Vytautas Pinkus (embaixador lituano na Dinamarca), Leiv Lunde (Noruega), Edgars Rinkevics (chanceler da Letônia), Martin Lidegaard (chanceler da Dinamarca), Gunnar Bragi Sveinsson (Islândia), Peter Stenlund (secretário de Estado da Finlândia), Keit Pentus-Rosimannus (chanceler da Estônia)
De esquerda à direita: Margot Wallstrom (chanceler sueca), Vytautas Pinkus (embaixador lituano na Dinamarca), Leiv Lunde (Noruega), Edgars Rinkevics (chanceler da Letônia), Martin Lidegaard (chanceler da Dinamarca), Gunnar Bragi Sveinsson (Islândia), Peter Stenlund (secretário de Estado da Finlândia), Keit Pentus-Rosimannus (chanceler da Estônia) - Sputnik Brasil
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Os ministros das Relações Exteriores de oito países do norte da Europa pretendem fomentar mídia independente russófona para se opor contra a alegada “propaganda russa”.

Durante um encontro em Helsingor, na Dinamarca, os chanceleres da Islândia, Noruega, Suécia, Dinamarca, Finlândia, Estônia, Letônia e Lituânia discutiram os meios que poderiam frear o fluxo de informações e impedir a divulgação de certas declarações.

O encontro foi dedicado à "propaganda do Kremlin relativamente à situação na Ucrânia".

Disse, em particular, o chanceler dinamarquês, Martin Lidegaard:

"Nós queremos criar um mecanismo que permitiria detectar rapidamente a divulgação de informação falsa e reagir rapidamente. Para que todos possam saber de que se trata e para que as declarações não se espalhem com tanta velocidade".

No seu discurso confuso, o ministro não especificou os detalhes de tal "mecanismo".

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O foco da reunião dos chanceleres na Dinamarca foi a chamada "iniciativa da comunicação estratégica na Europa", prevista para discussão posterior em junho. Ao nível da reunião, tratava-se de medidas como o apoio aos meios de comunicação independentes e a criação da mídia russófona.

Trata-se de meios de comunicação que devem desmentir a versão oficial russa.

No entanto, o ministro dinamarquês Lidegaard e o seu colega finlandês, Erkki Toumioja, coincidem que é necessário proteger pelo menos a imagem do Norte da Europa. Contudo, isso não cancela o desejo de bloquear parte de informações, para Lidegaard:

"Nós não pretendemos criar novos meios de comunicação. Não queremos que nos acusem de propaganda. Trata-se da divulgação dos fatos que a mídia pode utilizar".
A reunião se dá menos de uma semana depois da criação, na Finlândia, de um grupo de trabalho destinado a combater a chamada "propaganda russa".

O próprio conceito de "propaganda russa" tem sido frequentemente usado por certos países para designar todo tipo de informações ou opiniões que divergem da posição oficial deles.

Mais cedo neste ano, a Broadcasting Board of Governors (BBG, agência estadunidense responsável por meios de comunicação como a Voz da América e Radio Europa Livre) tinha criticado a mídia internacional da Rússia, comparando-a com o Estado Islâmico. O orçamento da BBG excede os 700 milhões de dólares.

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15,4 milhões deste orçamento vão destinados ao combate à "propaganda russa". O montante é quase três vezes maior do que o destinado à campanha de combate ao terrorismo do Estado Islâmico, 6 milhões de dólares.

Já os países do Norte da Europa pretendem destinar 270 mil euros (quase 305 mil dólares) para combater a mídia russa.

A prática de destinar verbas para impedir a divulgação de informações e opiniões que divergem da opinião oficial não se dá na Rússia, país que possui uma diversidade de conteúdos midiáticos de diferentes vertentes e várias opiniões.

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