Em entrevista à Folha, Krähenbühl conectou os conflitos na Síria com o grande fluxo de imigração para a Europa. "Esses elementos estão interligados, e acho que, da perspectiva europeia, precisa ser feito mais para ajudar a estabilizar o Oriente Médio, porque, no fim das contas, é uma questão de segurança da Europa", disse.
Em meados de março, cerca de 900 imigrantes morreram em um naufrágio atravessando o Mediterrâneo rumo à Europa. Desde o início do ano, cerca de 2.000 pessoas já morreram se deslocando pela costa da Itália e Líbia. A Organização Internacional para as Migrações alerta que este número pode chegar a 30 mil até o final de 2015.
Vale notar que são justamente as lideranças europeias que intervieram em países no Oriente Médio, em particular na Líbia, no apoio à derrubada do governo de Muammar al-Gaddafi em 2011. Na Síria, o apoio do Ocidente às forças de oposição no país para derrubar o presidente Bashar Assad levou à emergência do Estado Islâmico, considerado o grupo terrorista de maior ameaça à segurança internacional.
Até os dias de hoje a situação política interna nestes países é instável e gera grandes deslocamentos arriscados de pessoas que buscam imigrar para a Europa. Agora, a Europa não sabe resolver a situação das constantes tragédias que envolvem as travessias arriscadas pelo Mediterrâneo.