Vaticano reconhece Estado Palestino

O tratado, finalizado hoje, mas ainda pendente de ser assinado, deixa claro que o Vaticano mudou a direção de suas relações diplomáticas da Organização de Libertação da Palestina (OLP) para o Estado da Palestina.

A sede da Igreja Católica saudou a decisão tomada em 2012 pela Assembleia Geral da ONU de reconhecer oficialmente o Estado Palestino, mas o tratado publicado nesta quarta-feira é o primeiro documento legal negociado entre a Santa Sé e o Estado Palestino e constitui, dessa maneira, um reconhecimento oficial.

O acordo "visa a melhorar a vida e as atividades da Igreja Católica e o seu reconhecimento a nível judicial", disse o ministro das Relações Exteriores do Vaticano, monsenhor Antoine Camilleri, referindo-se às atividades da Igreja em áreas controladas pela Autoridade Palestina.

A decisão, previsivelmente, foi condenada por Israel. O ministério das Relações Exteriores do país emitiu um comunicado afirmando estar "desapontado" com a medida. Camilleri, porém, ressaltou que a iniciativa não é politicamente motivada, mas apenas alinhada à visão do Papa Francisco. Em abril de 2014, um mosteiro católico foi vandalizado não muito longe da capital israelense de Jerusalém, em um crime de ódio realizado por israelenses. Na ocasião, slogans condenando as negociações de paz com a Palestina, bem como grafites depreciativos de Jesus e Maria foram pichados nas paredes do refúgio religioso. 

O líder palestino, Mahmoud Abbas, deve visitar o Papa Francisco no próximo sábado (16), na véspera da canonização de duas freiras do século 19, Mariam Bawardy e Marie Alphonsine Ghattas, ambas oriundas da Terra Santa.