Os remédios vão ser usados no tratamento de câncer de pulmão, de mama, e de colo retal, e também no tratamento das doenças imunológicas e reumáticas. A liberação dos produtos acontecerá logo após os estudos clínicos no Brasil, que visam a comprovar a segurança e sua eficácia.
A empresa de tecnologia Biocad há quase três anos se estabeleceu no Brasil, e vai instalar a primeira unidade produtiva fora da Rússia na cidade de Maringá, no Paraná. O presidente da Biocad Brazil, o médico David Zylbergeld Neto, explica que aquela região é uma das mais avançadas no Brasil em pesquisa e desenvolvimento tecnológico, por ter muitas universidades, baixos índices de violência e população jovem.
David Zylbergeld Neto conta que, além da parceria pública com o TECPAR, a Biocad Brazil também fechou uma parceria privada com uma empresa 100% brasileira, que é o Laboratório Daudt Farmacêutico, localizado no Rio de Janeiro, o mais antigo do país, com 134 anos de existência. “Ao nos juntarmos nessa parceria com o Laboratório Daudt, nós criamos um consórcio denominado Biocad Monoclonal, que tem uma única função, que é a de criar negócios com o Governo brasileiro, através das parcerias da Política para o Desenvolvimento Produtivo.”
Ainda segundo o presidente da Biocad Brazil, a preocupação do Governo brasileiro é a necessidade do país de baratear os medicamentos, especialmente os de uso contínuo no tratamento de doenças mais complexas, e a parceria com o laboratório russo vai trazer para o Brasil o conhecimento e o desenvolvimento de medicamentos de ponta. “O objetivo é transferir todo o nosso conhecimento e tecnologia para este laboratório público e consequentemente isso chegar ao SUS – Sistema Único de Saúde, para que nós possamos entregar ao Brasil o que há de mais moderno em termos de biotecnologia na produção de medicamentos e produtos farmacêuticos humanos, e a população vai ser atendida gratuitamente pelo SUS com medicamentos de ponta, modernos e assim sucessivamente para várias patologias.”
Apesar da atual crise política e econômica no Brasil, com a implantação do ajuste fiscal pelo Governo Federal, David Zylbergeld Neto acredita que a situação em nada vai afetar o processo de implantação da Biocad no país. “Absolutamente, não afeta em nada. É claro que sempre há um respingo quando a política está em altos e baixos, mas isso todos nós sabemos que é sazonal. O Brasil é autossuficiente em muitas coisas, e tenho certeza de que este é um momento cíclico.”
David Zylbergeld Neto explica ainda que, além de trazer a autossuficiência na fabricação de medicamentos, o projeto visa também à formação de mão de obra brasileira. “O Brasil está no caminho certo em buscar a autossuficiência na produção de medicamentos, a fim de cortar o gasto que sem-fim na balança comercial com a importação de produtos de alta tecnologia, e para isso nós vamos transferir mão de obra. Nós já temos acordo com universidades para gerar mão de obra em biotecnologia ainda não existente no país, que vai desde a pesquisa e desenvolvimento até o produto final.”