As propostas incluem o retorno para a Rússia de cerca de 785 milhões de euros, que ela poderá receber só depois da sua permissão escrita à França sobre a venda dos navios a um terceiro país, informa o jornal russo Kommersant com referência às fontes na área de cooperação técnico-militar.
De acordo com as fontes, a França tenciona devolver o montante que foi especificado nos atos de entrega, enquanto a Rússia também exige compensações pelos custos do treinamento da tripulação, pela construção da infraestrutura para os porta-helicópteros na cidade de Vladivostok e da nova versão do helicóptero de ataque Ka-52 especialmente para equipar estes navios.
“Isso é uma decisão puramente política, tomada por Paris sob pressão de Washington. Os navios Vladivostok e Sevastopol têm que ser transferidos para o lado russo ou a França deve devolver completamente o pagamento antecipado, o que fez a Rússia, e a multa de incumprimento do contrato. Anteriormente Moscou declarou que não iria exigir multas exorbitantes de Paris. Mas os franceses têm entendido isso como motivo para pechinchar e enganar a Rússia”, disse a Sputnik o chefe do grupo consultivo do diretor do Instituto russo de Estudos Estratégicos, Vladimir Kozin.
De acordo com o porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov, Moscou na situação com os Mistrais segue o princípio "bens ou dinheiro" e está pronta para ambas as opções. Ele disse também que agora o tema de porta-helicópteros não é considerado no Kremlin como problemático.
Rússia e França assinaram, em junho de 2011, um acordo de US$ 1,5 bilhão para a construção de dois navios tipo Mistral. A entrega da primeira embarcação estava prevista para novembro de 2014, mas nunca aconteceu. Paris adiou a entrega, alegando interferência de Moscou na crise ucraniana.
O lado russo negou várias vezes qualquer envolvimento no conflito interno ucraniano, advertindo que a França terá de pagar uma multa em caso de não cumprimento das suas obrigações no âmbito do contrato.