No início de maio, o Ministério da Saúde tinha negado o estado de epidemia no Brasil, dizendo que o país enfrentava apenas uma situação de elevação no total de casos, como resultado da crise hídrica e do desarmamento de ações de combate à doença por parte da sociedade.
Quanto às mortes provocadas pela dengue, nas 15 primeiras semanas de 2015 foram confirmados 229 óbitos, um aumento de 44,9% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 158 óbitos. Em comparação com 2013, quando houve 379 óbitos, há uma queda de 39,6%.
Das mortes registradas em 2015, 169 foram no Estado de São Paulo – é o maior número. Goiás vem em seguida, com 15, e depois Paraná e Minas Gerais, com 8 cada.
O Ministério da Saúde também admitiu a circulação do zika vírus no Brasil. Arthur Chioro informou que são 16 casos confirmados, 8 no Rio Grande do Norte e 8 na Bahia.
O zika é uma doença viral, que passa sozinha, em geral após 7 dias. Ela se caracteriza por febre, dores musculares, manchas vermelhas no corpo, inchaço nas extremidades e dor atrás dos olhos, que também podem ficar vermelhos. A transmissão se dá por meio da picada do mosquito Aedes Aegypti, o mesmo da dengue, e há um período de incubação de cerca de quatro dias. O zika vírus foi isolado pela primeira vez em 1947, a partir de amostras em macacos na floresta Zika, em Uganda. O tratamento é baseado no uso de paracetamol para febre e dor. Não há registros de óbitos causados pela doença. Também não há vacinas contra ela. As medidas de prevenção são semelhantes às da dengue e da chicungunha.
Segundo o Ministro da Saúde, apesar da entrada do zika vírus no Brasil e de haver 1.200 suspeitas da doença sendo investigadas no Nordeste, o ministro diz não haver motivo para preocupação, pois a doença é benigna, tem cura, a febre é baixa, e o maior incômodo é o prurido, além das manchas vermelhas, não sendo quase necessário que os pacientes tenham atendimento médico ou internação. A preocupação mesmo é com a dengue, porque a dengue mata.