“Os Estados Unidos irão estar juntos com os nossos parceiros do CCG para repelir um ataque externo e irão aprofundar e estender a cooperação que nós temos”, disse Obama a jornalistas numa coletiva de imprensa conjunta com os líderes árabes no fim das negociações.
A repórter da Al Jazeera Patty Culhane transmitiu do lugar da cúpula que o ministro do exterior da Arábia Saudita Adel al-Jubeir disse que detalhes do acordo nuclear iraniano ainda estão sendo discutidos e por isso Riad prefere esperar para ver o que acontece.
“Um tratado não é algo que nós buscamos. Levou décadas para criar a OTAN e construir relações com os aliados asiáticos, mas podemos proporcionar garantias claras de que iremos defendê-los [países do Golfo]”, comentou Ben Rhodes, conselheiro-chefe de segurança para a comunicação estratégica dos EUA na véspera da cúpula.
Entretanto, no final da cúpula os líderes emitiram um comunicado conjunto dizendo que em caso de agressão, os EUA estarão prontos a trabalhar com os Estados árabes para “determinar urgentemente que tipo de ação será apropriado usando os meios na sua disposição coletiva, inclusive o uso potencial da força militar para defender os nossos parceiros do CCG”. Em outras palavras, os EUA ameaçam o Irã com uso de força militar.
Ao mesmo tempo, as autoridades iranianas não acham que o seu país esteja realizando “atividades desestabilizadoras na região [Médio Oriente]” frisando o fato de os países do Golfo serem patrocinadores de terrorismo. A Sputnik Persian falou com Emad Abshenass, redator-chefe do jornal Iran Press:
“É bem sabido que os maiores patrocinadores do terrorismo no Oriente Médio e no mundo são os países que foram convidados pelo presidente Obama para a cúpula de Camp David. Hoje, grupos terroristas como o Estado Islâmico (EI), Al-Qaeda, Taliban, al-Shabaab e Boko Haram realizam suas atividades nas diferentes regiões do mundo com o apoio financeiro do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG). Estas organizações terroristas recebem do CCG, bem como dos Estados Unidos, as armas necessárias”.