Ministro israelense pretendia introduzir segregação étnica em ônibus

© AFP 2023 / HAZEM BADER / AFPÔnibus em Israel
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O ministro da Defesa de Israel quis introduzir uma nova política que deveria proibir os palestinos de utilizaram os mesmos ônibus que os cidadãos israelenses.

O esquema do período experimental também deveria obrigar os palestinos que vão a Israel para trabalhar a sair e voltar à Cisjordânia usando o mesmo ponto de controle. 

Até o momento os trabalhadores palestinos podem entrar e sair de Israel através de vários pontos de controle, mas o novo esquema significa que eles deverão usar o mesmo ponto para a entrada e para a saída. Isto em alguns casos pode alargar o tempo de viagem por muitas horas. 

Centenas de palestinos viajam para Israel dos territórios da Cisjordânia para trabalhar, principalmente na área de construção, e de cada vez devem possuir permissões de viagem quando atravessam a fronteira israelense. 

© Sputnik / Vitaly PodvitskyMinistro israelense pretendia introduzir segregação étnica em ônibus
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Ministro israelense pretendia introduzir segregação étnica em ônibus
O ministro da Defesa Moshe Ya'alon, que está por trás da decisão exigida pelos colonos judeus da Cisjordânia há anos, disse à rádio israelense que ele acredita que isso garantirá “mais controle sobre os palestinos que entram e saem do Israel e reduzirá os riscos de segurança”.

“Não é preciso ser um especialista em segurança para entender que 20 árabes num ónibus junto com o motorista israelense, dois ou três passageiros e um soldado com uma arma é uma premissa para um ataque”, frisou o ministro citado pelo jornal Haaretz. 

Neste aspeto o chefe do Centro de Direitos Sociais e Econômicos de Jerusalém (JCSER, na sigla em inglês), Zeyad Hammouri, disse que “o plano de separar palestinos e israelenses em ônibus diferentes… mostra uma das verdadeiras faces do Estado do Israel. Não é nenhuma surpresa. E não tem nada a ver com a segurança…”

Entretanto, esta não é a primeira iniciativa do Ministério da Defesa de Israel, que pretende reforçar a segurança do país. Por exemplo, em março os militares propuseram que o Israel seja completamente cercado por muros ao longo das suas fronteiras. Neste momento a única fronteira israelense que não tem um muro é a do lado da Jordânia.

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Israel tem um muro de vários metros de altura ao longo da sua fronteira com Egito na área de Eilat, construído em 2013 para proteger o país dos imigrantes ilegais africanos.

No país existe ainda um muro fronteiriço com a Faixa de Gaza, assim como barreiras com a Síria e Líbano, no norte. Uma cerca de aço ao longo da fronteira com a Síria, nas Colinas de Golã, foi montada logo após início da guerra civil na Síria para evitar o influxo de combatentes e refugiados.

Israel construiu também uma barreira física na Cisjordânia durante a segunda intifada (rebelião dos palestinos) em 2000-2005.

Porém, a iniciativa do ministro da Defesa sobre a segregação étnica nos ônibus israelenses foi rejeitada pelo premiê israelense Benjamin Netanyahu nesta quarta-feira (20).  

“A proposta é inaceitável para o primeiro-ministro. Ele falou com o ministro da Defesa de manhã e foi decidido que a proposta ia ser congelada”, disse um representante do escritório de Netanyahu.

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