Al-Qaeda planejava atentado contra gasoduto russo e embaixada americana em Moscou

© AP Photo / FileOsama bin Laden
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O Escritório do Diretor de Inteligência Nacional (ODNI) divulgou 103 documentos retirados da lista de confidenciais que foram adquiridos na invasão a uma residência do Paquistão que culminou com a morte de Osama Bin Laden em meio de 2011. Entre os documentos estão livros, relatórios de reuniões e documentos públicos do governo dos Estados Unidos.

Um total de 103 documentos escritos por Bin Laden foram confiscados pelo esquadrão SEAL da Marinha americana na noite em que o terrorista foi morto. Os documentos incluem correspondências com amigos, parentes, outros integrantes da al-Qaeda e diferentes organizações terroristas.

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"Havíamos enviado um número de irmãos para Grã-Bretanha, Rússia e Europa para estarem preparados e prontos para trabalhar antes do fim do ano. Alguns deles estavam conosco antes, mas saíram e voltaram e viajaram de novo e estão na Rússia (explodindo o gasoduto ou a embaixada americana) e na Grã-Bretanha (um número de alvos, dependendo do que nossos irmãos vão determinar como propício)", diz o Relatório Sobre Operações Externas.

O documento, não datado, estabelece como objetivo da al-Qaeda uma operação na Rússia antes do fim do ano. Contudo, especifica que a tentativa da al-Qaeda de executar um atentado terrorista em solo russo não teve sucesso.

"Confesso que não tivemos sucesso… por muitas razões. A principal delas foi falta de sorte e Deus não estava no nosso lado", diz o texto.

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Chamado a jihadistas para atacar embaixadas americanas e companhias petroleiras

O fundador da al-Qaeda, Osama Bin Laden, convocou jihadistas de países do norte a África a se concentrarem na "quebra de poder" dos Estados Unidos por meio de ataques a embaixadas do país e companhias petroleiras. Em uma de suas cartas, o terrorista afirmava que ações como estas seriam mais eficientes do que a ideia da criação de um estado islâmico. Bin Laden escreveu uma carta assim, sem data, endereçada "a Atiyah":

"Você deve pedir a eles [aqueles que se consideram 'o exército dos muçulmanos no Magreb islâmico] que evitem insistir na formação de um estado islâmico por enquanto, mas que trabalhem na quebra de poder de nosso principal inimigo atacando embaixadas americanas em países africanos como Serra Leoa e Togo, e principalmente atacando companhias petroleiras americanas."

Bin Laden também pediu a jihadistas que evitassem lutar contra forças de segurança locais.

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"Lutar contra o inimigo local não alcança o resultado que queremos, que é restabelecer o Califato sábio e eliminar a desgraça e a humilhação que nossa nação está sofrendo."

Tentativa de influenciar eleitores no Ocidente

"Os eleitores exigiram a retirada americana do Vietnã, retiraram as tropas espanholas do Afeganistão e transformaram o malvado Tony Blair em um pato bobo, encerrando com desgraça seus dez anos de arrogância e subordinação aos Estados Unidos!! Cidadãos americanos e europeus são o interruptor que desligará essa máquina do mal e de ganância sem coração."

O documento chamado "Franquia do Terror" mostra que um dos objetivos por trás do terrorismo da al-Qaeda era causar medo em locais públicos do Ocidente de modo que os eleitores questionassem as supostas guerras contra muçulmanos e o Islã.

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"Americanos e seus aliados cegos devem entender claramente, memorizar e desenvolver uma convicção sem dúvidas de que eles devem temer as ações de seus governos contra o Islã e o mundo muçulmano", diz o documento.

O texto convoca todos muçulmanos do mundo a executarem ataques contra alvos ocidentais políticos, econômicos e civis. Além disso, pede a muçulmanos com conhecimentos técnicos, científicos e acadêmicos que usem suas habilidades para desenvolver dezenas de maneiras de executar ataques terroristas.

Com os ataques, a al-Qaeda acreditava que podia fazer eleitores ocidentais responsáveis pelo apoio de seus governos a Israel e, assim, forçar uma mudança em suas políticas.

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Milhões em contribuições

Gordas contribuições, vindas de simpatizantes da al-Qaeda, eram responsáveis por financiar uma organização multimilionária, segundo informa um documento retirado recentemente da lista de confidenciais.

De acordo com o documento, a al-Qaeda adquiriu mais de US$ 48 milhões até 2009, por meio de doações frequentes que variavam de valor — entre centenas de milhares de dólares até mais de US$ 6 milhões.

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