O presidente da Rússia, Vladimir Putin, recebeu o primeiro-ministro do Iraque, Haider al-Abadi, para discutir relações bilaterais e possibilidades de ampliar a cooperação comercial.
Al-Abadi chegou em Moscou após convite de Putin.
Durante o encontro, o premiê iraquiano destacou a importância das relações firmes entre os dois países. Sublinhou também que todos os aspectos da cooperação bilateral serão fomentados.
"Nós queremos desenvolver a cooperação em todos os sentidos, inclusive na área dos investimentos, e também na criação de condições mais fáceis para o funcionamento de companhias russas no território do nosso país", especificou al-Abadi.
Nesta quinta-feira, ele teve um encontro também com o seu colega russo, Dmitry Medvedev.
"Nós avaliamos muito positivamente as relações com a Rússia e consideramos que estas relações são muito perspectivas. Eu acredito que a nossa visita é uma prova disso", disse al-Abadi durante esta reunião.
O tema do terrorismo, obviamente um dos principais problemas do Iraque, cujo território é palco de guerra do Estado Islâmico (EI), não foi tratado diretamente, mas surgia constantemente no discurso do chefe do governo iraquiano.
Ele felicitou os seus hóspedes com o motivo do recente Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial (9 de maio) e expressou a esperança de poder, em um futuro próximo, celebrar a vitória sobre o terrorismo:
"A Rússia comemorou solenemente a vitória sobre o fascismo e nazismo, e nós também esperamos celebrar, o mais breve possível, a nossa vitória sobre os terroristas. No Iraque, nós lutamos contra o terrorismo em várias frentes, já conseguimos reconquistar uma parte considerável do território do nosso país", disse al-Abadi.
Recentemente, al-Abadi teve um encontro com o presidente dos EUA, Barack Obama. O resultado foi 200 milhões de dólares em ajuda humanitária e nenhuma ajuda militar, algo que al-Abadi busca. Agora, o premiê do Iraque está em Moscou, e ajuda militar já foi-lhe proposta.
Antes do início das negociações desta quinta, o chanceler russo, Sergei Lavrov, declarou que a Rússia está pronta para fornecer armamentos ao Iraque para combater o EI. Segundo ele, o fornecimento será "incondicional", já que o país precisa disso:
"Diferentemente de certos países prontos a fornecer armamentos ao Iraque, nós não criamos condições para isso, já que partimos da realidade: o Iraque, a Síria e o Egito estão na frente imediata de combate ao terrorismo. Por isso nós vamos satisfazer os seus pedidos o máximo possível para assegurar que tenham garantida a sua capacidade defensiva e o seu poder de afastar do seu território o EI e outros terroristas".
O Iraque está descontente com a atitude dos EUA no combate ao terrorismo na região. A coalizão liderada por este país só realiza ataques aéreos que, segundo Bagdá, ajudam, mas não resolvem o problema por completo.
Para o deputado iraquiano Ibrahim al-Riqabi, a atuação dos Estados Unidos em relação à tensão terrorista na região tem sido completamente errada:
"Washington anunciou recentemente o seu desejo de armar os clãs sunitas locais na cidade iraquiana de al-Anbar, sem a participação do governo do Iraque. O armamento dos clãs poderia acontecer se os EUA estivessem realmente sérios quanto à luta contra o EI. E é de sublinhar que o armamento sempre ocorre através do governo; não há outra possibilidade. Por isso eu fiquei surpreendido com a decisão deles. Nós dependemos do Allah e dos nossos verdadeiros aliados estratégicos, com a Rússia como o aliado mais destacado, no apoio ao Iraque e no combate contra os terroristas".
Barack Obama tinha também afirmado que a libertação do Iraque dos terroristas não era um assunto de curto prazo. No entanto, a Rússia pretende acelerar este processo.