A declaração se deu após o anúncio da vitória do candidato pelo partido conservador Lei e Justiça, Andrzej Duda, nas eleições presidenciais polonesas, realizadas no último domingo.
"Nós sempre esperamos construir relações amigáveis, imparciais, livres de estereótipos e mutuamente benéficas com os nossos vizinhos mais próximos, dos quais a Polônia faz parte" – disse Peskov respondendo a uma pergunta de jornalistas sobre as perspectivas de cooperação da Rússia com o novo presidente polonês.
No entanto, na opinião de muitos observadores internacionais, Moscou não pode contar com um posicionamento favorável à Rússia por parte do novo gabinete presidencial do país vizinho.
Segundo o escritor e historiador polonês Adam Wielomski, a política externa de Andrzej Duda continuará sendo expressamente anti-Rússia, alinhando-se às posições de Kiev e suas atuais autoridades.
Segundo especialistas, Komorowski cometeu um grande erro ao se envolver diretamente na questão ucraniana e apoiar os nacionalistas daquele país.
Wielomski destacou o fato de Andrzej Duda pertencer a uma ala política ainda mais contrária à Rússia e favorável à Kiev do que Bronislaw Komorowski. A diferença é que o partido de Duda, Lei e Justiça, compreendeu rapidamente que grande parte de seu eleitorado, e principalmente a sua parcela mais patriótica, desaprova o engajamento da Polônia nos assuntos ucranianos. Esse elemento foi então omitido na campanha de Duda, facilitando a sua vitória.
Falando em política externa da Polônia para o Oriente, Adam Wielomski disse não acreditar que o mandato de Andrzej Duda não trará muitas novidades nesse sentido se comparado à presidência de Bronislaw Komorowski.
"Ambos os partidos, tanto o Plataforma Civil, quanto o Lei e Justiça, seguem uma política traçada por Washington. A diferença existe apenas no discurso, na forma como essa política é expressa, mas na prática não se deve esperar quaisquer mudanças drásticas nesse sentido" – disse Wielomski.