“Uma pesquisa do Pew Research Center, realizada entre 12 e 18 de maio entre 2.002 adultos mostra que 58% apoiam a realização, pelos EUA, de ataques aéreos com uso de drones para eliminar extremistas nos países como Paquistão, Iêmen e Somália”, revela a sondagem cujos resultados foram publicados nesta quinta-feira (29).
É curioso sublinhar que entre os republicanos esta taxa atinge 74% e entre os democratas, 52%.
Somente três de cada dez americanos opinam que o uso de drones pode provocar ações de retaliação por parte dos grupos extremistas e somente 24% dizem que tais ataques prejudicam a reputação dos EUA. Entretanto, só 29% dos americanos estão preocupados com a questão de legitimidade do uso de drones no estrangeiro.
A Sputnik obteve um comentário da colunista e famosa defensora de direitos humanos Zahida Hina:
“Eu pessoalmente estou categoricamente contra o uso de drones cujos ataques causam numerosas vítimas entre civis, inclusive, naturalmente, mulheres e crianças. Sim, estou pronta a admitir que quando um alvo é selecionado, dados da inteligência são usados e em maioria dos casos terroristas são eliminados. Mas qual é o número das vítimas inocentes?
Para mim é difícil supor que esses 60% dos americanos que participaram da sondagem, apoiam ataques de drones porque não sabem das vítimas entre civis. É quase impossível no nosso tempo quando existem tantos canais para receber a informação. Eles sabem das vítimas, mas opinam que esse é o meio mais eficaz de combater terroristas e extremistas.
Porém, tal opinião é absolutamente errada. Olhem – será que os ataques de drones trouxeram resultados positivos? Absolutamente não. E não trarão. Eles só multiplicam ódio e criam rancor. É preciso buscar outros meios de combate desse mal universal que é o terrorismo”.
Os EUA começaram a usar drones em fevereiro 2002 no Afeganistão, revelam os relatos da mídia. Ataques com uso de drones no Paquistão, Afeganistão, Iêmen e Somália mataram cerca de 3.500 islamistas, mas também levaram a vida de vários civis.
Segundo várias fontes, o programa estadunidense de drones vigente no Paquistão não prevê a necessidade de identificação prévia das pessoas presentes no local submetido ao ataque. Em inglês, o nome desta tática é signature strike, ou “golpe por assinatura”. Assinatura, neste sentido, é o padrão de conduta das pessoas dentro de um local determinado que o veículo aéreo não tripulado pode definir como suspeitoso e assestar o golpe.