Lavrov: Exército dos EUA não é o único exército que há no mundo

© Sputnik / Evgeny Biyatov / Acessar o banco de imagensChanceler da Rússia, Sergei Lavrov.
Chanceler da Rússia, Sergei Lavrov. - Sputnik Brasil
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O chanceler russo teme que, se nada for feito no Oriente Médio, o terrorismo irá se espalhar ainda mais.

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Em entrevista ao canal de TV norte-americano Bloomberg, o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, voltou a destacar que a Rússia contribuiu para o combate ao terrorismo na Síria e no Iraque muito antes da formação da coalizão antiterrorista ocidental.

Nesta terça-feira (2), Paris acolhe um encontro dos Estados-membros desta coalizão que devem discutir a luta contra o Estado Islâmico, movimento extremista que assola a Síria e o Iraque, recruta jovens terroristas na Europa, mata pessoas e destrói patrimônio mundial.

Perguntado pelo jornalista do Bloomberg pela razão da sua ausência em Paris, Lavrov contestou que preferia uma "coalizão baseada nas leis e normas do direito internacional".

A participação da coalizão ainda não deu frutos positivos, e a reunião de hoje dificilmente irá contribuir para o processo pacífico no Oriente Médio, estima o chanceler russo.

Depois, o jornalista perguntou: "O senhor acharia bem se as tropas estadunidenses voltassem ao Iraque?". A esta pergunta, Sergei Lavrov respondeu assim:
"O exército dos EUA é o único exército que há no mundo?"

A contribuição dos EUA não tem sido positiva, explicou o chanceler russo. Os Estados Unidos buscam principalmente derrubar os líderes locais, e isso nunca deu bom resultado. Lavrov lembrou a sorte de Saddam Hussein e de Muammar Kadhafi, presidentes do Iraque e da Líbia que foram mortos durante conflitos iniciados com o apoio dos EUA, o que desembocou em profundas crises nestes países.

Costume dos EUA

Outro tema discutido foi a situação da Grécia. O país está agora lutando contra uma crise econômica, com uma carga de dívida externa que, segundo os restantes países da União Europeia, implica mais austeridade para os gregos. Mas os próprios gregos não querem austeridade, e o novo governo eleito neste ano está examinando a possibilidade de sair dão euro.

Respondendo à pergunta sobre a "recomendação" que daria à Grécia neste caso, Sergei Lavrov disse que é um assunto "para os próprios gregos decidirem".
"O senhor está um pouco contaminado com este costume dos EUA de dizer às pessoas o que elas têm que fazer", comentou Lavrov.

Não há novo reset

Comentando as relações atuais entre a Rússia e os EUA, o chanceler russo disse que os países não estão vivendo uma situação de "recarregamento", senão de diálogo pragmático e realista.

"O presidente [russo, Vladimir] Putin fala às vezes por telefone com o presidente [dos EUA, Barack] Obama", disse Lavrov.

© AFP 2023 / ALEXANDER NEMENOVO simbólico botão de "reset" apresentado ao Ministro das Relações Exteriores russo Sergei Lavrov pela ex-secretária de Estado dos EUA Hillary Clinton.
O simbólico botão de reset apresentado ao Ministro das Relações Exteriores russo Sergei Lavrov pela ex-secretária de Estado dos EUA Hillary Clinton. - Sputnik Brasil
O simbólico botão de "reset" apresentado ao Ministro das Relações Exteriores russo Sergei Lavrov pela ex-secretária de Estado dos EUA Hillary Clinton.

Porém, para o chanceler russo, isso não significa o levantamento das sanções ocidentais impostas à Rússia. "Nós ainda não pensamos nisso", confessou Lavrov.

"A emenda Jackson-Vanick foi uma lição para nós, que nos ensinou que um único pretexto pode ser usado pelos EUA durante muitos anos", comentou o ministro russo.

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Copa do Mundo

O assunto da investigação iniciada pelos EUA contra a FIFA por suposto caso de corrupção nesta entidade internacional também foi tema da entrevista.

O chanceler russo disse que a investigação, que começou justamente na véspera das eleições na FIFA, não afeta o direito russo de acolher a Copa do Mundo 2018:
"Eu não acho que alguém esteja hoje tentando pôr em dúvida e minar o campeonato do mundo na Rússia".

Na sexta-feira passada, Joseph Blatter foi reeleito para o seu quinto mandato de presidente da Federação Internacional de Futebol.

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