Esta informação foi comunicada pelo chefe do governo da Autoridade Nacional Palestina, Rami Hamdallah.
“Na verdade ambas estas questões não são ligadas uma com outra. Parece que os americanos estão mais uma vez enganando os palestinos e até estabelecendo prazos imprecisos de reconhecimento do Estado palestino. Mas é um mero rodeio. Washington não planeja apoiar a Palestina na questão de seu reconhecimento dela como Estado independente e realiza a política de acordo com o princípio “pôr na gaveta quer dizer esquecer”. Neste caso como um limite intermédio surgiu a regularização da questão do programa nuclear iraniana. Se os Estados Unidos quisessem seriamente fazer todos os possíveis para o reconhecimento da Palestina, eles já há muito tempo que teriam feito um esforço e ajudariam os palestinos a adquirir os seus direitos legítimos. Mas não existe vontade política ou existe muito pouca e isto é óbvio. Os americanos estão mais interessados em estabelecer relações com Israel no sentido de contenção do movimento libertador palestino.
O que concerne ao programa nuclear iraniano, é um assunto diferente que não depende da conjuntura regional, tecnicamente transparente e que pode ser sujeito à regularização diplomática”.
Porém, a questão da independência palestina e o programa nuclear iraniano no fim têm alguma coisa em comum. Para resolver ambas as questões é preciso a participação da ONU e das “grandes potências” – as que nas negociações sobre o Irã fazem parte do sexteto de mediadores internacionais.
“A resolução na qual a ONU manifesta a exigência de criação do Estado [palestino] e de Israel abandonar os territórios ocupados deve ser garantida pelas grandes potências. Em caso contrário, será um simples papel”, diz o chefe do governo palestino Rami Hamdallah.
Sabbah Zanganeh por sua parte opina que ainda só resta esperar:
"O povo palestino leva a cabo a sua luta pela independência há mais de 60 anos, resistindo com dignidade aos ataques contra o seu território e fazendo corajosamente frente à repressão. Sem quaisquer dúvidas e, especialmente do ponto de vista do direito internacional, os palestinos merecem alcançar finalmente a sua independência. Ainda bem que a compreensão desta evidência já tem apoiantes a nível internacional: há cada vez mais países prontos a apoiar os palestinos no seu caminho pela conquista da independência".