No próximo domingo, o hotel cinco estrelas conhecido como Schloss Elmau, nas montanhas Wetterstein, no município de Krün, receberá alguns dos líderes políticos mais badalados do mundo. Para recebê-los, as autoridades locais decidiram transformar a pacata região em uma espécie de prisão de segurança máxima para turistas ricos, sem se preocupar em respeitar algumas normas de bom senso ou mesmo as leis da Alemanha.
Entre as esquisitices e irregularidades ligadas à organização da 41ª cúpula do G7, chamam a atenção, além da exclusão da Rússia, os gastos generosos, a preocupação particular com a segurança dos norte-americanos, a realização de construções ilegais e as restrições a uma série de itens nas áreas próximas ao local do evento, incluindo pilhas de madeira e até plantas.
A fim de garantir o conforto dos ilustres visitantes, os alemães gastaram cerca de US$ 225 milhões de dólares só com as medidas de segurança, que incluem a colocação de uma cerca de 16 km de comprimento ao redor do hotel. Segundo os organizadores, o temor maior são os ativistas mais exaltados, que podem tentar se aproximar dos líderes estrangeiros. Com o objetivo de manter os manifestantes afastados e os hóspedes, principalmente americanos, tranquilos, a administração regional pediu aos moradores de Krün e da redondeza para remover de suas casas qualquer objeto ameaçador que possa ser utilizado durante os protestos, sejam armas ou inofensivos vasos de flores.
No que diz respeito à preocupação específica com os cidadãos norte-americanos, as autoridades da Baviera decidiram proibir a viagem de militares dos EUA para as cidades vizinhas de Garmisch-Partenkirchen e Munique, onde eles poderiam se tornar presas fáceis de ativistas desarmados. No entanto, aqueles que já estiverem nessas localidades, a pedido das forças de segurança da Alemanha, devem evitar o uso de uniformes e também o da língua inglesa.
A lista de peculiaridades dessa cúpula não para por aí. Construções sem licença, heliporto irregular, livros de mesa de café a US$ 335 mil e outras extravagâncias no país da ordem e da austeridade prometem desviar a atenção de parte da imprensa nos próximos dias para tópicos mais importantes, como o fato de Alemanha, EUA, França, Reino Unido, Itália, Japão e Canadá se reunirem para discutir questões como Estado Islâmico, Ebola, crise na Ucrânia e outros desafios globais sem a presença da Rússia.