Recriando os acontecimentos históricos e simulando fatos reais, professores usarão games virtuais para que os próprios alunos descubram o que aconteceu naqueles períodos trágicos para tanta gente. A ideia é romper com tabus e evitar tocar em assuntos delicados, fazendo com que os próprios alunos façam as suas investigações.
O que realmente aconteceu, Liudmila não sabe e, possivelmente, já não quer mais saber. Para a sua neta isso é, no entanto, interessante, e ela começa a examinar velhas caixas, entrevistar testemunhas sobre os acontecimentos do tempo do protetorado.
Nem Liudmila e nem o seu marido existem na realidade e nunca existiram. Mas isso não quer dizer que tais casos não aconteceram, e justamente investigações deste tipo serão realizadas por alunos do ensino médio, cujos professores decidiram usar nas aulas o jogo de computador “Tchecoslováquia 38-39”. A informação é da publicação tcheca “Hospodářské noviny”.
Para que os alunos descubram o destino das vítimas do regime de ocupação eles vão fazer perguntas necessárias em simulações dos acontecimentos históricos. Apesar do jogo se desenvolver de acordo com as perguntas feitas pelos alunos, os fatos históricos não estão sujeitos a distorção. Não há nenhuma chance de se ter um ponto de vista alternativo sobre a história.
No jogo, os estudantes acompanham a vida de pessoas comuns.
"Essas pessoas vivem uma vida normal, e de repente se tornam parte da história. A história não é apenas sobre uma personalidade marcante, é sobre todas as pessoas", explica o historiador e co-autor do projeto Yaroslav Cuhra.
Todos os personagens são fictícios, mas os autores partiram de eventos reais para criar o jogo. Cada um dos personagens da simulação oferece a sua versão dos acontecimentos, e os alunos terão de ser determinados quanto à veracidade de suas palavras. Segundo os criadores do projeto, isto deve ajudar a desenvolver o pensamento crítico.
A essência do uso de jogos na educação não é colocar o aluno apenas para jogar, mas que as medidas tomadas por eles sejam discutidas na classe. Assim, o professor se torna um assistente de passagem, e um dos alunos irá controlar diretamente os personagens, enquanto os outros vão participar nas ações com dicas e sugestões.