Publicação de documentos sigilosos tornou-se o maior vazamento da informação sobre o Acordo sobre Comércio de Serviços (TiSA) – a parte do Acordo estratégico da Parceria Trans-Pacífico (TPP), e o Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP).
O TiSA abrange todos os serviços sociais e o setor de serviços, que inclui água e energia, transportes, bancos, seguros, telecomunicações, sistema de transporte e gás. As negociações sobre a TiSA têm sido realizadas a portas fechadas desde 2013.
WikiLeaks release: 17 secret documents from the ongoing #TISA negotiations https://t.co/mpLZQuBVYq #TTP #TTIP pic.twitter.com/VL2uguLuTD
— WikiLeaks (@wikileaks) 3 июня 2015
Os participantes das negociações são Estados-membros de OMC: em particular, os EUA, países da UE, Turquia, México, Austrália, Paquistão e Israel, relata o site do canal de TV Russia Today. De fato os países que assinaram o acordo entregam a parte de sua economia sob controle do TiSA.
Em 2014 WikiLeaks publicou a declaração de que “as ações dos participantes do TiSA são dirigidas para desregulamentação dos mercados mundiais de serviços financeiros”. O site da Comissão Europeia informa que as partes do acordo constituem 70% do comércio mundial de serviços.
RELEASE: TISA secret draft covering 2/3rds of global GDP — the #TPP's big brother https://t.co/mpLZQuBVYq #TTIP pic.twitter.com/4ignazMno2
— WikiLeaks (@wikileaks) 3 июня 2015
Na última publicação de WikiLeaks se nota, que muitos países, incluindo os membros dos BRICS — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, não estão envolvidos nas negociações sobre TiSA. Isso pode ser interpretado como tentativa de criação de um contrapeso para esta associação.
O diretor da ONG de direitos humanos Global Justice Now, Nick Dearden, disse que este vazamento “reforça as preocupações sobre a ameaça, representada pela TiSA para os essencial serviços públicos”.
Mais cedo, foi relatado que WikiLeaks pretende pagar uma indemnização de 100 mil dólares para o texto de capítulos inéditos do Acordo da Parceria Trans-Pacífico. A montante foi coletada por doações diretamente através do site reveladora.
“Sem privacidade e sem desculpas. Vamos livrar o acesso à Parceria Trans-Pacífico de uma vez e para sempre”, se diz na mensagem de Julian Assange, publicado no site de WikiLeaks.