O senador Republicano estadunidense Rob Portman apresentou na tarde da quinta-feira (4) duas emendas à Lei Nacional de Autorização de Defesa (NDAA, na sigla em inglês) que permitiriam que os EUA enviem ajuda militar à Ucrânia.
O próprio Portman explica no seu site que as emendas visam "lidar com a agressão russa".
A primeira emenda prevê "prover [à Ucrânia] várias capacidades críticas para que os ucranianos possam se defender, inclusive inteligência em tempo real, radares de detecção de peças de artilharia, assistência letal defensiva, drones, sistemas de comunicação seguros, assim como também treinamentos para desenvolver as capacidades essenciais de combate, planejamento e suporte".
Para isso, são precisos "pelo menos 60 milhões de dólares", segundo o senador.
A Rússia nega expressamente a sua participação do conflito na Ucrânia. Aliás, não há prova nenhuma da presença das forças militares russas no Leste da Ucrânia.
Anteriormente, em uma entrevista coletiva, o presidente da Ucrânia, Pyotr Poroshenko, tinha dito que "havia uma ameaça colossal de renovação de combates a larga escala por parte dos grupos terroristas russos". Ele se referia, pelos vistos, aos combates de ontem no povoado de Marinka, perto da cidade de Donetsk.
Kiev afirma que os milicianos da autoproclamada República Popular de Donetsk (RPD) tentaram tomar Marinka. As autoridades da RPD desmentiram categoricamente tal acusação.
Contudo, nem por isso o exército ucraniano deixou de voltar a implantar a artilharia pesada na linha de frente.
As Forças Armadas da Ucrânia reconheceram ter usado em Marinka armas pesadas cuja retirada está prevista pelos Acordos de Minsk. Mas para Kiev, o uso foi legítimo.
"Nós cumprimos todos os compromissos que a Ucrânia assumiu através dos Acordos de Minsk. Antes de usar os armamentos [pesados] em Marinka, informamos a OSCE e aos nossos parceiros <…> e só depois implantamos os armamentos", disse Poroshenko.
No entanto, a própria OSCE flagrou a ausência de vários complexos de lançamento de mísseis nos locais destinados ao seu estacionamento há uns dias, o que ficou registrado no seu relatório.
Guerra ou paz
Rob Portman, autor das emendas, diz que a "Ucrânia atingiu um momento decisivo". Assim é, e é essencialmente um momento em que o país precisa de paz, e não de mais guerra.
Aliás, o próprio secretário de Estado dos EUA, John Kerry, tinha aconselhado a Poroshenko "pensar mais uma vez" antes de iniciar novas operações militares. Porém, isso não fez com que tentativas de escalar o conflito na Ucrânia cessassem.