Setor de Direita promete defender a Ucrânia de “invasão LGBT”

© AP Photo / AP Photo/Efrem LukatskyLíder do grupo extremista Setor de Direita Dmitry Yarosh
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O grupo ultranacionalista ucraniano Setor de Direita encontrou um novo inimigo para voltar suas armas – uma iminente marcha do orgulho LGBT em Kiev.

Segundo o líder da organização, Dmitry Yarosh, a chamada "Marcha da Igualdade" na capital ucraniana, organizada por representantes da comunidade LGBT e marcada para sábado (6), remete à introdução de "perversões sexuais" na sociedade ucraniana por parte da Europa.

De acordo com ele, os organizadores da passeata escolheram o momento certo para minar os “pilares morais da Ucrânia”: o conflito militar em Donbass entrou em erupção novamente e sociedade teve de ficar mais unida do que nunca, segundo a avaliação do líder extremista.

"O movimento LGBT está construindo suas atividades. Mesmo agora, quando os combates no leste se intensificaram, eles planejam uma série de medidas, incluindo o seu ‘mini desfile gay’ – ‘Marcha da Igualdade’. "Não é apenas uma atividade destinada à decadência moral do povo ucraniano, mas também um cuspe sobre as sepulturas daqueles que morreram lutando pela Ucrânia, e sobre os defensores vivos da Pátria também", escreveu Yarosh em sua página no Facebook.

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O líder do Setor de Direita disse ainda que o movimento LGBT nutre uma natureza enganosa e insidiosa: "Eles se posicionam como defensores de ‘vítimas inocentes’ que sofrem ‘homofobia’. Mas de fato e não no nome, eles praticam uma ideologia muito agressiva que não tolera a dissidência", continuou o líder do grupo cujos integrantes são claramente influenciados pela ideologia neonazista. Segundo o discurso de Yarosh, entretanto, são os simpatizantes LGBT que tentam fazer lobby em favor de “severas leis totalitárias" na Ucrânia. 

Além disso, o Setor de Direita, um dos atores mais ativos do Euromaidan no ano passado, agora parece ter se voltado contra a Europa, acusando-a de incitar os tais “sentimentos LGBT” na Ucrânia. Segundo Yarosh, "o Ocidente exerce uma forte pressão sobre o atual poder em Kiev para forçá-lo a inculcar a ideologia LGBT mais ativamente".

"Vamos pensar agora: a Ucrânia precisa de tais ‘Eurointegração’, quando alguém dá suas leis para nós?", continuou Yarosh, atacando particularmente a França e a Alemanha e concluindo que a Ucrânia deveria procurar uma união maior com a Polônia, a Romênia e os Estados Bálticos.

"A idolatria servil diante do colosso com pés de barro — a União Europeia como um todo — não nos dará nada de bom", resumiu o líder ultranacionalista.

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Comprometendo-se a lutar contra “a invasão gay” da Ucrânia, Yarosh disse ainda que seu grupo tinha "bastante trabalho a fazer”, mas que as atualidades exigiam que ele “prestasse atenção para este mal" e "impedisse os planos dos inimigos da Pátria, da moralidade e das visões tradicionais de seres humanos".

Na quinta-feira (4), o prefeito de Kiev, Vitaly Klitschko, também pediu aos organizadores da "Marcha da Igualdade" que desistissem de realizar o evento.

Além disso, de acordo com o site Gordon.ua, o braço armado do Setor de Direita em Kiev prometeu fazer todos os esforços para "evitar essa orgia obscena".

O Estado-Maior da Ucrânia também reagiu à passeata programada. Segundo a UNN, oficiais do serviço de alistamento militar poderão visitar a marcha e distribuir notificações de recrutamento para os ativistas.

O Setor de Direita é uma união extremista de nacionalistas ucranianos, famosos por numerosas atrocidades no país, incluindo o massacre de Odessa do dia 2 de maio de 2014, em que 48 pessoas foram queimadas vivas.

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