“Se existir provas de que Qatar e Rússia foram escolhidos por compra de votos, o processo pode ser anulado. Não há prova disso”, disse Scala ao jornal suíço Sonntags Zeitung.
Na última quarta-feira, o Departamento de Justiça dos EUA abriu procedimentos contra 14 pessoas — nove oficiais sêniores da FIFA — por fraude e lavagem de dinheiro, em negociações que envolveram US$ 150 milhões em subornos. Sete dos oficiais foram presos dois dias antes da eleição que
Scala afirmou que não tinha detalhes da investigação em curso.
“Uma autoridade que investiga pode apurar sem que ninguém saiba — teoricamente, investigar você também”, respondeu ao jornalista.
Scala declarou que está trabalhando com autonomia em um conjunto de propostas de reforma pedidos por Joseph Blatter, que deixará o cargo logo após a nova eleição.
Novas revelações
No sábado o site alemão Zeit Online relatou que a Alemanha foi escolhida para organizar a Copa do Mundo de 2006, ultrapassando o Brasil, Marrocos, Inglaterra e África do Sul, em uma luta injusta. Por exemplo, uma semana antes da votação, o ex-chanceler alemão Gerhard Schroeder decidiu fornecer lançadores de granadas antitanque para a Arábia Saudita. Além disso, a Volkswagen e a Bayer AG prometeram grandes investimentos industriais na Tailândia e Coreia do Sul.
Mais cedo o americano Chuck Blazer, homem que delatou a FIFA para a Justiça americana, confessou diante de uma corte nos Estados Unidos que cartolas receberam propinas para a escolha da França como sede da Copa do Mundo de 1998 e da África do Sul como sede da Copa de 2010.
Segundo Blazer, antigo membro do Comitê Executivo da FIFA, os pagamentos ocorriam já em 1992, quando a Fifa ainda era presidida pelo brasileiro João Havelange. A Copa de 98 foi organizada por Michel Platini, atual presidente da UEFA e sério candidato a ocupar o cargo de Joseph Blatter.