O primeiro-ministro de Montenegro, Milo Djukanovic, declarou, durante o evento, que toda a região balcânica deveria aderir à OTAN, classificando a neutralidade militar como "ilusão".
Para ele, todos os países que compõem os Bálcãs devem ingressar na OTAN para "conservar a sua segurança".
E Montenegro, que formalmente é um país neutro, pertence à "sociedade euro-atlântica", segundo ele.
A declaração de Djukanovic responde à proposta latente do secretário-geral da OTAN para Assuntos Diplomáticos, Ted Whiteside, que tinha afirmado que esperava que todos os países da região façam parte da aliança em breve.
As declarações do chefe do governo montenegrino provocaram críticas. Segundo Marko Milacic, líder do movimento político pela neutralidade de Montenegro, a neutralidade não é nenhuma "ilusão":
"Ele [Djukanovic] precisa olhar para Malta ou Irlanda, que são países neutros. E há mais quatro países assim na Europa. Se esses países são uma ilusão, então a neutralidade também o é <…> Mas a neutralidade não é nenhuma ilusão, mas sim, o melhor conceito de sobrevivência neste mundo policêntrico em que vivemos hoje em dia".
Por sua parte, o cientista político Dusan Prorokovic acha que a OTAN traz hoje em dia "mais problemas do que soluções":
"Ao considerar os exemplos do Leste da Europa e do Oriente Médio podemos chegar à conclusão de que a OTAN traz agora mais problemas do que soluções. Em 1992, a Aliança do Tratado do Atlântico Norte virou uma arma de realização dos objetivos geopolíticos dos EUA. Os países europeus, como a França e a Alemanha, também protestam cada vez mais e concordam com menor frequência com as aventuras políticas e militares dos EUA <…> Por isso, eu acho que o futuro da OTAN está em dúvida. E a adesão a este bloco parece uma aventura pouco sensata".
Para Prorokovic, acreditar que é preciso fazer parte da OTAN para poder entrar na União Europeia é ridículo.