"O acordo que está sendo discutido é condenável, seja por seu método de negociação ou pelo acordo em si", disse Sarkozy durante uma conferência estratégica na cidade de Herzliya, em Israel. "Com esse acordo, eu afirmo que nós reconhecemos ao Irã, explicitamente, o direito de continuar o enriquecimento (de urânio) e conduzir atividades de pesquisa e desenvolvimento", acrescentou, lembrando que antes a comunidade internacional havia exigido a suspensão total do enriquecimento de urânio pelo Irã.
"Essa é uma mudança profunda na implementação do regime de não-proliferação, que abre potencialmente a porta a um sério risco de corrida por armas nucleares na região", opinou o político francês, citando Turquia e Arábia Saudita como possíveis candidatos a perseguir esse objetivo.
Compartilhando da opinião do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o ex-chefe de Estado da França resumiu que a ideia de que o Irã possa possuir uma bomba atômica é totalmente inaceitável.
Sobre a negociação entre Teerã e o P5+1, grupo que reúne Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido, Alemanha e França, Sarkozy questionou a autoridade de Washington para falar pelos outros e disse que, mesmo sendo amigo dos americanos, não acredita que os EUA devam negociar por todos.
"Eu não aceito a maneira como esse acordo foi negociado, uma vez que se trata essencialmente de uma negociação bilateral entre americanos e iranianos; os outros atores do caso, entre os quais está a França, foram deixados de lado", concluiu.