Rússia prepara cúpula dos BRICS em meio de críticas do G7

© REUTERS / Kevin LamarqueReunião de cúpula do G7 na cidade de Kruen, Alemanha, 8 de junho, 2015.
Reunião de cúpula do G7 na cidade de Kruen, Alemanha, 8 de junho, 2015. - Sputnik Brasil
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A cooperação dentro dos BRICS supre perfeitamente a falta de diálogo por parte do G7 para a Rússia, demonstram as estatísticas.

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Ontem, no fim da cúpula do G7 em Elmau, na Alemanha, o presidente estadunidense, Barack Obama, declarou que a Rússia é a única responsável pelo efeito "devastador" das sanções. Falou das tropas russas na Ucrânia (que ninguém conseguiu enxergar, no entanto) e da economia russa "deteriorada". Será?

"Os bancos russos ficaram completamente sem acesso para os mercados financeiros internacionais, o setor energético russo está lutando pelos recursos e tecnologias para realizar projetos energéticos complexos, as empresas militares russas perderam o acesso a tecnologias de ponta, a Rússia está em profunda depressão. Portanto, as ações da Rússia na Ucrânia afetam a Rússia e o povo russo", disse Obama.

O presidente dos EUA declarou também que as sanções contra a Rússia irão vigorar "até que o país cumpra os Acordos de Minsk".

Observadores internacionais desmentem estas palavras. É interessante que o mandatário norte-americano inste precisamente a milícias independentistas de Donbass e a Rússia, que segundo as palavras de Obama apoia os separatistas, a cumprir os Acordos de Minsk, e não a Ucrânia, que reconheceu ter usado recentemente armamentos proibidos por este documento.

A vice-diretora do Departamento de Informação e Imprensa do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse no seu Facebook que as declarações de Obama "carecem de sentido":

"Eu não comento o sentido [das declarações], porque não vejo nenhum".

"Pela primeira vez eu vejo um presidente de um grande país que se considera civilizado e, ao mesmo tempo, se vangloria de ter causado um mal a um outro povo sem ter declarado guerra a esse povo. Eu não descarto que isso aconteça por ele não poder lisonjear-se de ter feito algo de bom a alguém", prossegue a responsável.

Zakharova ainda lembrou a recente história dos EUA, destacando a duvidosa legalidade de certas iniciativas desse país:

"E se Obama parte do pretexto de punir a Rússia por ter "violado o direito internacional", ele deveria começar por perseguir o seu próprio Estado não só por violação, mas por deterioração das bases do direito internacional, de forma dolosa e prolongada".

Por sua parte, o jornalista e analista político norte-americano Caleb Maupin diz que os EUA têm sempre buscado um "pretexto para a guerra":

"Os líderes dos EUA gostam de falar constantemente em democracia quando de verdade estão construindo um pretexto para a guerra. Falam em democracia e em direitos humanos. Nós começamos a ouvir histórias sobre supostas repressões em um ou outro país. É mentira, com certeza. Há muitos regimes autoritários e violentos que os EUA e os banqueiros de Wall Streat apoiam e com que eles fazem negócio".

Além disso, apesar dos supostos "esforços" de Obama, a economia russa mereceu uma avaliação positiva por parte do Banco Mundial (BM) há uma semana. Segundo o instituto o PIB russo irá crescer em 0,7 por cento em 2016, enquanto a última previsão feita pelo BM no abril pelo contrário prognosticava uma queda de 0,3% do PIB da Rússia no ano seguinte. Vários economistas internacionais e russos entretanto apontam para uma melhoria considerável da situação econômica do país e do câmbio da moeda nacional russa — o rublo.

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A política de isolação da Rússia também não trouxe resultados porque a Rússia neste momento reforça cooperaçõa com os BRICS cuja influência no mundo já pode ser comparada com a do G7. De acordo com os dados oficiais do Fundo Monetário Internacional, os sete países do G7 têm um PIB conjunto de 34,7 trilhões de dólares. O dos cinco BRICS é pouco menor, 32,5 trilhões. Mas e se os BRICS não fossem cinco, mas sete? Com esta proporção, iriam ultrapassar definitivamente os "sete grandes" e irão ultrapassar afinal das contas, acredita o chefe do comitê parlamentar russo para Assuntos Internacionais, Aleksei Pushkov. Ele também manifestou que os BRICS são uma dos maiores motores do desenvolvimento mundial, desde que representa 26 por cento do território e 46 por cento da população do mundo. 

Sem falar que quatro dos membros dos BRICS entram na lista das dez maiores economias do mundo. São, respectivamente, a China (1º lugar), a Índia (3º), a Rússia (6º) e o Brasil (7º).

Ontem também, quando terminava o encontro em Elmau, Moscou acolhia o Fórum Parlamentar dos BRICS. O encontro é um da série de eventos preparativos para a cúpula presidencial dos BRICS, que terá lugar em 8 e 9 de julho na cidade de Ufá (Bascortostão). Na semana que vem, ministros da Cultura dos países-membros dos BRICS irão discutir em Moscou os laços culturais entre eles.

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