"Os bancos russos ficaram completamente sem acesso para os mercados financeiros internacionais, o setor energético russo está lutando pelos recursos e tecnologias para realizar projetos energéticos complexos, as empresas militares russas perderam o acesso a tecnologias de ponta, a Rússia está em profunda depressão. Portanto, as ações da Rússia na Ucrânia afetam a Rússia e o povo russo", disse Obama.
O presidente dos EUA declarou também que as sanções contra a Rússia irão vigorar "até que o país cumpra os Acordos de Minsk".
Observadores internacionais desmentem estas palavras. É interessante que o mandatário norte-americano inste precisamente a milícias independentistas de Donbass e a Rússia, que segundo as palavras de Obama apoia os separatistas, a cumprir os Acordos de Minsk, e não a Ucrânia, que reconheceu ter usado recentemente armamentos proibidos por este documento.
A vice-diretora do Departamento de Informação e Imprensa do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse no seu Facebook que as declarações de Obama "carecem de sentido":
"Eu não comento o sentido [das declarações], porque não vejo nenhum".
"Pela primeira vez eu vejo um presidente de um grande país que se considera civilizado e, ao mesmo tempo, se vangloria de ter causado um mal a um outro povo sem ter declarado guerra a esse povo. Eu não descarto que isso aconteça por ele não poder lisonjear-se de ter feito algo de bom a alguém", prossegue a responsável.
Zakharova ainda lembrou a recente história dos EUA, destacando a duvidosa legalidade de certas iniciativas desse país:
"E se Obama parte do pretexto de punir a Rússia por ter "violado o direito internacional", ele deveria começar por perseguir o seu próprio Estado não só por violação, mas por deterioração das bases do direito internacional, de forma dolosa e prolongada".
Por sua parte, o jornalista e analista político norte-americano Caleb Maupin diz que os EUA têm sempre buscado um "pretexto para a guerra":
"Os líderes dos EUA gostam de falar constantemente em democracia quando de verdade estão construindo um pretexto para a guerra. Falam em democracia e em direitos humanos. Nós começamos a ouvir histórias sobre supostas repressões em um ou outro país. É mentira, com certeza. Há muitos regimes autoritários e violentos que os EUA e os banqueiros de Wall Streat apoiam e com que eles fazem negócio".
Além disso, apesar dos supostos "esforços" de Obama, a economia russa mereceu uma avaliação positiva por parte do Banco Mundial (BM) há uma semana. Segundo o instituto o PIB russo irá crescer em 0,7 por cento em 2016, enquanto a última previsão feita pelo BM no abril pelo contrário prognosticava uma queda de 0,3% do PIB da Rússia no ano seguinte. Vários economistas internacionais e russos entretanto apontam para uma melhoria considerável da situação econômica do país e do câmbio da moeda nacional russa — o rublo.
Лейтмотив форума: БРИКС — одна из главных движущих сил мирового развития. Это 26 % территории и 46 % населения мира плюс огромные ресурсы.
— Алексей Пушков (@Alexey_Pushkov) June 8, 2015
Sem falar que quatro dos membros dos BRICS entram na lista das dez maiores economias do mundo. São, respectivamente, a China (1º lugar), a Índia (3º), a Rússia (6º) e o Brasil (7º).
Ontem também, quando terminava o encontro em Elmau, Moscou acolhia o Fórum Parlamentar dos BRICS. O encontro é um da série de eventos preparativos para a cúpula presidencial dos BRICS, que terá lugar em 8 e 9 de julho na cidade de Ufá (Bascortostão). Na semana que vem, ministros da Cultura dos países-membros dos BRICS irão discutir em Moscou os laços culturais entre eles.