Acordo TTIP ameaça segurança alimentar da Europa

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As críticas que têm sido feitas ao acordo TTIP indicam que ele poderá ameaçar a segurança alimentar e ecológica da Europa.

O diretor executivo da Federação alemã de Organizações de Consumo, Klaus Muller, disse que a proposta sobre a versão ligeira do acordo, chamado "TTIP light" poderá constituir uma base para negociações.

Na entrevista à revista alemã Der Spiegel Klaus, Muller opina que o "TTIP light" poderia dar aos negociadores da UE a oportunidade de corrigir o que ele chama de "seus erros dos últimos meses: a falta de transparência e as ameaças à democracia e ao direito constitucional."

Ele opina que as partes devem o mais breve possível alcançar um acordo sobre as questões em que eles podem facilmente concordar, por exemplo, os padrões na indústria e as tarifas. Mas, de acordo com ele, tais questões como a segurança alimentar e a proteção da saúde não devem ser negociadas no momento: "Quando se trata de alimentos ou produtos químicos, as culturas dos Estados Unidos e da Europa são simplesmente demasiado diferentes para se poderem harmonizar rapidamente ou para que eles sejam capazes de reconhecer uns aos outros."

Os EUA e a UE já têm o comércio de US $2.3 bilhões diariamente, mas o acordo TTIP poderia intensificar o comércio ainda mais, por meio de redução dos gastos, quotas tarifárias e abertura de novos mercados. A proposta de acordo entre a União Europeia e os EUA sobre o comércio livre Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP na sigla em inglês) deveria se transformar no acordo em 2014, mas as partes ainda estão negociando.

A proposta do acordo é muito criticada pelo secretismo e pelo fato de que, se o acordo for assinado, as empresas multinacionais terão mais controle do que os governos. De acordo com o relatório do Centro não governamental de segurança dos alimentos norte-americano "muitos analistas acreditam que um dos objetivos centrais das negociações é desmantelar muitos regulamentos de segurança alimentar que as empresas veem como obstáculos às trocas comerciais e lucrativas."

A Organização Europeia dos Consumidores BEUC comentou a possibilidade de ameaça à segurança alimentar na Europa:

"O TTIP deve levar a uma harmonização e a UE deve continuar livre de manter, reforçar e fazer cumprir as regras que considere necessárias para preservar os interesses dos consumidores em tais áreas como a segurança alimentar, os OGM, o uso de promotores de crescimento na produção animal ou a clonagem."

Ativistas anti-TTIP - Sputnik Brasil
Mais de 2 milhões de europeus assinam petição contra o TTIP
Enquanto isso, os ativistas da Holanda nesta terça-feira (9) lançaram uma campanha online na rede social Twitter contra o acordo, um dia antes de o Parlamento Europeu realizar a votação sobre o TTIP. Vários vigias do Twitter chamaram a atenção dos usuários para insistir que os membros holandeses do Parlamento Europeu votaram contra o acordo, usando a hashtag #TTIPalarm. Esta hashtag já entrou nos trending topics da Holanda.

Mais de 2 milhões de pessoas já assinaram uma petição online contra o TTIP e um acordo semelhante com o Canadá, conhecido como o Acordo Econômico e Comercial Global.

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