O líder russo e o chefe do governo italiano debateram uma série de questões importantes da agenda internacional. Entre os temas principais, constam as relações dentro do G7, G20, BRICS, problemas do terrorismo internacional e as consequências da "guerra das sanções".
A visita de Putin à Itália acontece dois dias depois da cúpula alemã dos "sete grandes" (Alemanha, Canadá, EUA, França, Itália, Japão, Reino Unido) e do Fórum Parlamentar dos BRICS, que teve lugar em Moscou. Dentro de um mês, começará em Ufá, na Rússia, a cúpula presidencial dos BRICS. Neste contexto, o encontro russo-italiano ganha importância, já que a Itália não apoia oficialmente as sanções impostas pelo Ocidente contra a Rússia.
As sanções prejudicam intercâmbio comercial entre a Rússia e a Itália, disse Putin, respondendo a uma pergunta na entrevista coletiva. É de notar que a Itália não apoia abertamente as sanções europeias, porém tem que sofrer as suas consequências. Segundo o presidente russo, as empresas italianas perderam cerca de um bilhão de euros em resultado das sanções.
A opção da possível revogação das sanções antirrussas não foi discutida entre os políticos. Antes, na cerimônia de encerramento da cúpula do G7 na segunda-feira, o presidente norte-americano, Barack Obama, tinha ressaltado que as sanções irão vigorar até que a Rússia mude a sua posição em relação à Ucrânia.
No entanto, o presidente russo apelou aos europeus a "não abdicar da cooperação bilateral", sublinhando que "a Rússia sempre encontrará parceiros".
G7
O G7 foi a principal manchete da semana passada na mídia europeia. Não tinha como evitar este assunto no encontro de hoje. Putin comentou a sua atitude para com este bloco internacional dizendo que os parceiros do G7 acreditam que pontos de vista alternativos não são bem-vindos:
"Nós não temos nenhuma relação com o G7. Quando fizemos parte [desse grupo], mantivemos relações. Eu acreditava que isso tinha sentido, porque nós representávamos um ponto de vista alternativo. Mas os nossos parceiros acreditaram que não precisavam disso".
Ucrânia
Comentando o assunto do conflito na Ucrânia, Matteo Renzi insistiu que os Acordos de Minsk devem ser respeitados:
"Nós compartilhamos o princípio universal. É assim: os Acordos de Minsk-2 são uma orientação, um meio auxiliar no trabalho de regulação da situação na Ucrânia".
"Todas as pessoas de boa vontade trabalham para implementar integramente os Acordos de Minsk e permitir pôr fim à crise no território da Ucrânia", disse o primeiro-ministro italiano.
Putin concordou com esta posição, mas sublinhou que as partes só cumprem os Acordos de Minsk "de uma maneira seletiva".
Il discorso del presidente #Putin al #expo2015 / вступительная речь #Путина на #EXPO2015 @KremlinRussia_E @MID_RF pic.twitter.com/ryw3b0nCpL
— RussianEmbassy Italy (@rusembitaly) 10 июня 2015
Agenda
Agora, o presidente russo irá viajar de Milão para a capital italiana, onde terá um encontro com o seu colega Sergio Mattarella e com o Papa Francisco.