Em uma longa entrevista à publicação, o pregador jordaniano Abu Qatada e Abu Muhammad al-Maqdisi, considerado o mais influente jihadista erudito vivo, disseram que o líder da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri, foi separado de seus comandantes pelo EI, mantendo a existência do grupo por meio de meros apelos à lealdade.
"Ele [Zawahiri] opera exclusivamente com base na fidelidade. Não existe uma estrutura organizacional. Há apenas canais de comunicação e lealdade", disse Maqdisi.
The Guardian destaca que esse tipo de declaração coloca em dúvida a atual posição dos EUA no combate ao terrorismo, já que até hoje Washington considera o EI como um mero ex-ramo da Al-Qaeda, separado de sua matriz após um conflito interno entre jihadistas.
"Os EUA estão demorando para entender as consequências do declínio da Al-Qaeda e seu possível colapso, apesar de promover intensos estudos sobre o EI. Isso gera dúvidas quanto a capacidade dos EUA de combater simultaneamente um grupo em declínio e um outro grupo em ascensão, já que até agora a burocracia de Wahsington segue concentrada na al-Qaeda como sendo a principal ameaça" – diz o artigo do The Guardian.
O Estado Islâmico é um grupo jihadista sunita surgido inicialmente como um ramo da Al-Qaeda, e que em 2014 cortou todos os laços com essa organização promovendo uma ampla expansão na Síria e no Iraque. Atualmente, o EI também opera através de grupos terroristas aliados no Iêmen, Líbia, Paquistão e Afeganistão.