O evento – para o qual são esperados cerca de 30 mil visitantes – conta com o apoio das Forças Armadas, das Polícias Militar e Civil e das prefeituras da região, e o local do Arraiá, o Aeroclube de Bauru, é emblemático: segundo Marcos Pontes, foi lá que começou o seu sonho de voar, como o de tantos outros pilotos que passaram a infância naquela área do interior paulista.
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“No ano passado, as comemorações foram realizadas em março, na data correta”, conta o astronauta. “Mas foi um período muito quente e chuvoso, com tempestades, e assim nós resolvemos fazê-las mais para o meio do ano, e, coincidindo com as festas juninas, criamos o Arraiá Aéreo.”
Sputnik: O Arraiá é apenas um show aéreo, ou é mais que isso?
Marcos Pontes: Este show aéreo é um pouco diferente do que se faz usualmente, porque atende às funções institucionais da Fundação Astronauta Marcos Pontes, em sua missão de levar educação através da ciência e da tecnologia. Então, o show aéreo tem todas aquelas coisas de aviões, acrobacias, exposição de aeronaves, aeromodelismo, voos panorâmicos, etc., mas tem também um enfoque muito grande na parte da educação. Assim, nós temos astronomia, simuladores, robótica, oficinas de foguetes, planetários, exposições, uma série de coisas voltadas para a ciência e a tecnologia.
S: E como vai ser a participação do astronauta Marcos Pontes no Arraiá Aéreo?
MP: Eu estarei lá durante todo o evento. Vou conversar com o público no palco principal e nos palcos montados em caminhões, em que teremos também profissionais falando de suas carreiras. Eu vou estar lá falando sobre a carreira de astronauta.
S: Como será lembrada a Missão Centenário, na qual você participou da expedição à Estação Espacial Internacional, numa tripulação comandada pelo cosmonauta russo Pavel Vinogradov?
MP: A bandeira do Brasil, a original, que foi ao espaço comigo estará exposta no Arraiá Aéreo, sob a guarda de cadetes das Forças Armadas. Além disso, haverá na pista de pouso a corrida de uma réplica do 14-Bis [o avião inventado pelo brasileiro Alberto de Santos Dumont, cujo centenário foi comemorado pela missão espacial da qual Marcos Pontes fez parte].
S: A Missão Centenário partiu do Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, em 30 de março de 2006 (pelo horário de Brasília). Que recordações o astronauta Marcos Pontes tem daquele fato?
MP: Tenho muitas e boas recordações das amizades, que permanecem até hoje, do tempo que passei em Moscou, na Cidade das Estrelas. Depois, aquela visão da Terra foi maravilhosa.
S: O senhor pretende voltar ao espaço?
MP: Ainda pretendo, sim. Continuo à disposição do Brasil para isso. E existem possibilidades interessantes, também no setor privado, de eu poder novamente viajar ao espaço.
S: A Fundação Astronauta Marcos Pontes continua trabalhando pela causa ecológica?
MP: Trabalho com várias instituições, nacionais e internacionais. A Fundação tem um braço ligado ao desenvolvimento sustentável, e temos parcerias com a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial. Ajudamos a desenvolver projetos neste sentido. Quando se vê a Terra desde o espaço, não há como não se preocupar em preservar este nosso planeta.