Gaulard explicou que, similar aos EUA na Europa, a China agora está conquistando o mercado externo e ganhando controle sobre os países em desenvolvimento do sul da Ásia.
"Desde que o presidente Xi Jinping chegou ao poder em 2012, o país realmente coloca mais ênfase sobre o chamado 'poder suave'. Além dos laços econômicos e financeiros, a China ajuda países [em desenvolvimento] a financiar projetos de infra-estrutura e aumenta a ajuda paga para o desenvolvimento dos países aonde tem fortes interesses ", disse.
"Como o Plano Marshall aplicado pelos Estados Unidos na Europa para combater a influência soviética após a Segunda Guerra Mundial, o novo banco de investimento, criado pela China para financiar projetos de infra-estrutura na Ásia, vai defender os seus interesses nesses países ", explicou.
O constante aumento nos gastos militares chineses, segundo Gaulard, é um sinal do "poder duro" usado para ganhar um papel crescente na região.
"A China está hoje em dia mais e mais presente na África, Ásia Central e América Latina. As empresas chinesas, privadas ou públicas, estão sendo alocadas para países ricos em matérias-primas e acordos de livre comércio estão sendo assinados com esses países", acrescentou.
O Plano Marshall (oficialmente Programa Europeu de Recuperação, ERP na sigla em inglês) foi uma iniciativa americana para ajudar a Europa nos anos do pós-guerra.
Os objetivos dos Estados Unidos eram reconstruir as regiões devastadas pela guerra, remover as barreiras comerciais, modernizar a indústria, fazer dezessete países da Europa prósperos novamente e, assim, evitar a propagação do comunismo.
O plano esteve em funcionamento durante quatro anos, com início em abril de 1948.