"Essa fixação nos custos… parece parte de um plano político para humilhar uma população inteira que sofreu nos últimos cinco anos sem culpa alguma", disse o premier da Grécia durante encontro com membros do seu partido, o Syriza.
"Chegou a hora de as propostas do FMI serem julgadas em público, pela Europa", declarou, acrescentando que o credor global é criminalmente responsável pelas medidas de austeridade que mergulharam o seu país em uma longa recessão.
A irritação de Tsipras tem como causa a crescente pressão exercida sobre Atenas para que o governo mude a retórica e chegue a um acordo com os seus credores da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional para a liberação dos fundos bloqueados, podendo, assim, evitar a inadimplência e a possível saída da Grécia da zona do euro.
Em meio a essas tensões, a bolsa de valores de Atenas fechou o dia em queda de 4,77%, a 703,05 pontos, após despencar quase 5% no dia anterior. A situação chamou a atenção de Washington e, por telefone, o secretário do Tesouro norte-americano, Jabob Lew, disse a Tsipras que a Grécia precisa tomar uma atitude séria para chegar a um compromisso pragmático com os seus credores. Caso contrário, segundo ele, a falta de financiamento criará problemas imediatos para os gregos e incertezas para a economia europeia e global.