A Grécia continuará a sofrer uma crise econômica severa porque não implementou as reformas estruturais necessárias, a chanceler alemã Angela Merkel disse quinta-feira, se dirigindo ao parlamento.
Merkel falou da Irlanda, da Espanha e Portugal como exemplos de países que concluíram com êxito programas de aliviamento. O Chipre também foi um sucesso, acrescentou ela.
"Quero acrescentar que a Grécia também costumava estar no caminho certo, no entanto, este caminho não foi concluído. Infelizmente, reformas estruturais significativas foram perdidas", disse a chanceler alemã.
"Durante os últimos cinco anos, a Grécia recebeu um apoio muito significativo sem precedentes", informou Merkel. "Os esforços da Alemanha são destinados a salvar a Grécia na zona euro".
Atenas está atualmente negociando termos de alívio da dívida com os seus credores internacionais, incluindo a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional (FMI). O seu programa de resgate atual expira em julho. Dentro de duas semanas, o país deve devolver ao FMI 1,5 bilhões de euros. A Grécia não possui este dinheiro, o que pode levá-la ao default e à saída da zona do euro.
A falência da Grécia é a maior ameaça a Angela Merkel, que se esforça para manter a imagem de uma constante lutadora contra a crise. Por isso, a chanceler alemã expressou confiança de que a Grécia ainda pode chegar ao acordo com os credores representados pela União Europeia, o Banco Central Europeu e o FMI.
"Estou convencida de que onde há uma vontade, há um caminho. Se os líderes políticos da Grécia demonstram esta vontade, o acordo com as três instituições ainda será possível", disse ela, falando no Bundestag.
A agência Bloomberg escreve que a saída da Grécia da União Europeia vai significar uma derrota da política de Merkel e vai tornar a sua responsabilidade pessoal o fato de que ela era incapaz de manter a integridade da Europa. Vale lembrar que os esforços dela sobre a resolução da crise ucraniana também falharam.
No 19 de junho, o primeiro-ministro da Grécia Alexis Tsipras, que opõe-se mais de forma mais ativa as medidas da austeridade no seu país, reunirá com Vladimir Putin. Entre os objetivos da visita estão uma tentativa de obter ajuda de Moscou em troca do veto da Grécia para a expansão das sanções antirrussas.
No geral, os problemas gregos provocam muita irritação. Segundo as pesquisas, 58% da população da própria Alemanha estão a favor da saída da Grécia da União Europeia.