Saida dos EUA do Tratado ABM empurra Rússia para nova corrida armamentista.
"As decisões globais, como a saída dos Estados Unidos do Tratado de Mísseis Anti-Balísticos, vão empurrar a Rússia para a nova rodada da corrida armamentista", disse o presidente russo Vladimir Putin no Fórum Econômico Internacional em São Petersburgo.
O objetivo do Tratado ABM entre os EUA e a Rússia foi o de evitar um desequilíbrio estratégico. No entanto, Washington saiu desse tratado em 2001.
"Não são os conflitos militares que levam à Guerra Fria, mas decisões globais como a saída unilateral dos EUA do Tratado ABM. Isso realmente é um passo que nos empurra em uma nova rodada de corrida armamentista, como isso muda os princípios do sistema de segurança global".
De acordo com o vice-presidente do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, almirante James Winnefeld, os EUA vão instalar o Sistema de Defesa de Mísseis Balísticos Aegis (BMD) na Romênia, completando assim a segunda fase de assim chamado Abordagem Adaptativa na Europa até o final de 2015. Os sistemas de BMD foram anteriormente limitados em uso por força de Tratado de Mísseis Anti-Balísticos entre os EUA e a Rússia.
Sanções não são tão medonhas
Falando sobre as sanções Vladimir Putin disse que a "Rússia tem um suprimento suficiente de força interior para superar os problemas econômicos". "A crise global prevista para a Rússia não aconteceu. Temos um orçamento estável, conseguimos estabilizar a taxa de câmbio, manter o controle sobre a inflação e estabilizar a moeda nacional", lembrou o presidente. "Estamos atravessando confiantes este período de dificuldades. Putin acrescentou que a Rússia respondeu às sanções ocidentais pela crise ucraniana "com a ampliação de liberdades e a abertura do país", criando "condições para os negócios e abrindo novos mercados". "Queria expressar agradecimento a todas nossos parceiros que apesar dos conhecidos problemas políticos, continuam trabalhando na Rússia, investindo seus capitais, fornecendo tecnologias, criando empresas e empregos", disse Putin.
Situação na Síria poderia ter seguido cenário líbio e iraquiano
"Eu gostaria de enfatizar mais uma vez em que a nossa posição está baseada. Nossa posição é baseada na preocupação de que a Síria poderia mergulhar no mesmo estado como a Líbia ou o Iraque. Afinal, antes de a estrutura de poder no Iraque e Saddam Hussein foram destruídos, não havia terroristas lá, não vamos esquecer disso. Estamos prontos a trabalhar com o presidente da Síria Bashar Assad para abrir um caminho de transformação política, para que todas as pessoas que vivem na Síria poderiam ter acesso às ferramentas de poder, para evitar o confronto armado", disse Putin, ressaltando que isto não pode ser feito pela força.
A Rússia está aberta ao mundo
O presidente russo Vladimir Putin afirmou que a Rússia está aberta ao mundo e continuará a sua cooperação com os países ocidentais, apesar das tensões motivadas pela crise na Ucrânia.
"Nossa cooperação ativa com os novos centros de crescimento mundiais não significa em caso algum que vamos prestar menos atenção ao diálogo com nossos parceiros tradicionais no Ocidente. Estou convencido de que esta cooperação continuará", declarou Putin durante o Fórum Econômico de São Petersburgo.