Em entrevista ao jornal Kommersant, ele admitiu que os EUA apelam a comunidade internacional a se consolidar na luta contra o terrorismo. Mas resulta que a declarada luta contra o terrorismo vira intervenção descarada nos assuntos internos de um país.
"Tal roteiro é observado, por exemplo, na Síria, onde as forças da oposição recebiam apoio nas suas tentativas de derrubar o presidente legítimo Bashar Assad. É por isso que os ataques contra as posições do Estado Islâmico lá são periódicos. Veja o que resulta: se terroristas combatem contra Assad, podem até ser considerados como legítimos, mas se com as suas ações eles prejudicam os interesses norte-americanos — por exemplo, no Iraque, — devem ser eliminados. Partindo somente dos seus interesses, eles determinam com qual grupo terrorista é admissível negociar e com qual é proibido", frisou Patrushev.
Os grupos terroristas não cessam de perpetrar atos horrendos no Oriente Médio.
No domingo, soube-se que o Estado Islâmico minou a parte histórica da cidade síria de Palmira, um dos sítios arquitetônicos mais importantes da região. Pensa-se que o objetivo dos terroristas seja a destruição completa desta cidade, já houve precedentes com assaltos a museus e destruição de patrimônio histórico e cultural.
Palmira é reconhecida como Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Mas além disso, é um centro logístico importante.
Nesta segunda-feira, a câmara baixa do parlamento do Afeganistão, Wolosi Jirga, foi alvo de um ataque com nove explosões e intenso tiroteio. Segundo a versão preliminar, o movimento Taliban pode ter sido o responsável por esta ação, porém ainda não há confirmação oficial disso.
Mais cedo nesta segunda, o Taliban tomou completamente o controle do distrito de Dasht-e Archi, na fronteira com o Tajiquistão. Segundo a versão principal, o local foi disputado entre o Taliban e o Estado Islâmico, dois movimentos extremistas que em maio anunciaram jihad um ao outro.
Ataques acontecem também no Iraque e na Síria, sem que a ajuda estadunidense seja visível. Na semana passada, o chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, Martin Dempsey, declarou que só iria aplicar maiores esforços no combate ao Estado Islâmico no Iraque se o grupo terrorista ameaçar diretamente aos EUA.
Com tal posicionamento, é até difícil para uma coalizão antiterrorista combater o terrorismo.
Nesta semana, Nikolai Patrushev vai para a cidade de Ulan-Udé, na Sibéria, para participar de um encontro internacional entre responsáveis pela segurança. Representantes de 70 países do mundo também participarão da conferência.