Japão abandona o sonho do gás de xisto

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A grande empresa japonesa de comércio e investimentos Itochu Corporation decidiu abandar por completo os negócios ligados à produção de gás de xisto nos EUA, devido a falta de perspectiva do setor.

A decisão foi comentada em entrevista exclusiva à Sputnik pelo funcionário da corporação, Yosinori Umemoto.

"As previsões para preços de gás de xisto norte-americano não são muito boas, futuramente a sua situação será terrível. Partindo disso nós tomamos a decisão de interromper a cooperação" – explicou Umemoto.

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Respondendo à pergunta sobre a possibilidade de a empresa retomar os negócios com os EUA em caso de uma normalização dos preços, o porta-voz da Itochu disse: "ainda não sei se a cooperação poderá ser retomada. Esta decisão somente poderá ser feita conforme o decorrer da situação".

Por sua vez, o destacado especialistas em recursos energéticos, ex-diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) pelo Japão e ex-vice-minsitro das Finanças japonês, Daisuke Kotegawa, explicou a situação do gás de xisto da seguinte maneira:

"O atual preço do gás de xisto impede a obtenção de quaisquer lucros. Para ter lucro, o preço do petróleo deve estar acima dos 75 dólares por barril. Atualmente, ele está abaixo dos 60 dólares, o que significa apenas prejuízos".

O especialista explicou que o gás de xisto sequer consta na estratégia energética do Japão. Esta, segundo ele, é formada com base no gás natural, que permite fechar contratos e estabelecer fornecimentos para longos prazos.

"A cooperação com a Rússia ocupa o principal lugar no setor energético do Japão, particularmente em projetos de extração de gás natural na ilha Sacalina" – destacou Daisuke Kotegawa.

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Indagado pela Sputnik quanto à possibilidade de a Itochu retomar futuramente a cooperação com os EUA, Kotegawa respondeu:

"Por enquanto não sei. A situação com o gás de xisto difere conforme o local de extração, no entanto, segundo informam organizações internacionais, a sua produção não é rentável mediante um preço de petróleo inferior a 75 dólares o barril".

 

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