Com a decisão desta terça-feira, o país deixa de ser obrigado a aceitar de volta os imigrantes que entraram na União Europeia pelo seu território e, em seguida, se mudaram para outro Estado europeu.
Em entrevista à Sputnik, o acadêmico Tamás Pál, diretor do Centro de Política Social da Universidade de Budapeste Corvinus, comentou a decisão do seu governo e a repercussão da medida na imprensa internacional.
“O que a Hungria quer? O país quer (apesar disso ser ruim) fechar a fronteira com a Sérvia. São 150 quilômetros e haverá arame farpado alí”, explicou o professor, citando o exemplo da Espanha, que cerca os seus territórios na África, para evitar imigrantes daquele continente.
“Assim como na Espanha, na Hungria trata-se da independência da jurisdição local”, afirmou o acadêmico. Segundo ele, Alemanha e Áustria não conseguem devolver os refugiados para os países de origem, pois não há dispositivos legais para isso. Ou seja, por enquanto a solução tem sido devolver os imigrantes para as fronteiras da União Europeia.
Tamás Pál acredita que a decisão do seu governo não afetará as relações com Bruxelas. Segundo ele, União Europeia está buscando novas formas de lidar com o fluxo de refugiados e um dos sistemas mais discutidos seria o de cotas por país, considerando a população e a economia de cada membro do bloco. “Com esse sistema, Hungria teria um cota de 10 mil refugiados, contra os 50 mil que temos hoje”, afirmou.