“O Estado palestino se obrigou cooperar com o TPI, transferindo as informações, e hoje cumpriu sua obrigação”, disse o ministro das Relações Exteriores da Palestina, Riyad al-Maliki, deixando o prédio do tribunal em Haia.
Segundo ele, as informações entregadas podem ser suficientes para a abertura imediata de uma investigação. Elas consistem de dois arquivos: um deles descreve os crimes de guerra, supostamente cometidos por Israel durante o conflito no verão de 2014, quando morreram mais de dois mil palestinos e pelo menos 70 civis israelenses. O segundo arquivo contém informações sobre a "ocupação israelense da Cisjordânia e Jerusalém Oriental" e os prisioneiros palestinos.
“Alcançar a justiça é absolutamente necessário para as vítimas palestinas, mortas e vivas. Palestina tinha escolhido um caminho de busca da justiça, não vingança, por isso estamos aqui hoje”, acrescentou al-Maliki.
Em janeiro o procurador do TPI, Fatou Bensouda, anunciouo inicio do "estudo preliminar da situação na Palestina" e possíveis crimes, cometidos no ano passado na Faixa de Gaza ações e na Cisjordânia.
Os documentos apresentados por palestinos na quinta-feira não foram divulgados, mas o diplomata Ammar Hijazi discutiu o conteúdo com os repórteres. Hijazi disse que os documentos revelam o processo de colonização ilegal de Israel na Cisjordânia, relata The Washington Post.
Israel argumenta que a Cisjordânia não está ocupada, mas é um território em disputa e que seus assentamentos são legais. Por sua vez, a administração de Barack Obama descreve os assentamentos como ilegais e não úteis para o processo de paz entre os israelenses e palestinos.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e os ministros do governo negaram veementemente que Israel violou o direito internacional na guerra de Gaza. Ele chamou o relatório de "falho e tendencioso" e pediu ao mundo ignorá-lo.
Israel lançou neste mês o seu próprio relatório que descreve os militares israelenses como cautelosos e morais. Ele culpou o Hamas pelas mortes de civis, porque o grupo usou "escudos humanos" e instalou as armas perto de hospitais, mesquitas, escolas e igrejas.