Imigração divide líderes da UE em reunião

© AP Photo / Alessandro Di MeoGuarda Costeira italiana se aproxima de barco de imigrantes na costa da Líbia, no Mar Mediterrâneo, em 22 de abril de 2015
Guarda Costeira italiana se aproxima de barco de imigrantes na costa da Líbia, no Mar Mediterrâneo, em 22 de abril de 2015 - Sputnik Brasil
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Uma disputa emocional entre os países da União Europeia sobre o tema da imigração gerou rancor nesta sexta-feira, com líderes trocando acusações de irresponsabilidade por um lado e desrespeito do outro.

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Em pauta estava um acordo fechado nas primeiras horas da sexta-feira, para realocar 40 mil pessoas que fizeram pedidos de asilo e estão atualmente na Itália e na Grécia e mais 20 mil pessoas de campos de fora do continente. Os líderes rejeitaram o plano para exigir que cada país do bloco aceite certo número de pessoas, optando em vez disso por um sistema de "compromissos" voluntários.

O resultado enfureceu alguns dos líderes, que acusaram seus colegas de inação durante uma crise, por temer que muitos refugiados permaneçam sem ajuda, semanas após a Europa se comprometer a auxiliar os imigrantes que enfrentam perigosas travessias pelo Mediterrâneo.

"Manifestamente não houve um senso de responsabilidade dominando a mesa", disse o primeiro-ministro belga, Charles Michel. Lamentando a "falta de ambição" e "falta de vontade", Michel acrescentou: "Eu não estou feliz porque penso que a Europa pode trabalhar melhor. A decisão para mim foi entristecedora. A reunião foi praticamente para nada."

Aqueles contrários às cotas também foram veementes. Líderes do centro e do Leste Europeu disseram que já receberam muitos imigrantes vindos da crise na Ucrânia, questionando se têm mais recursos que Itália e Grécia. "Nós estamos prontos para conversar, mas também queremos ser tratados com respeito, permitindo que nós mostremos nossa solidariedade voluntariamente, não de modo forçado", disse a presidente da Lituânia, Dalia Grybauskaite.

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A discussão sobre o tema aumentou nos últimos meses na Europa com um crescente número de pessoas chegando ao continente oriundas de zonas de conflito no Oriente Médio e no norte africano. Autoridades da UE disseram que desejam realocar as 40 mil pessoas que tentam receber asilo na Itália e na Grécia até o fim de 2016. Há dois meses, centenas de pessoas morreram em um naufrágio perto da costa da Líbia, levando a uma onda de solidariedade e a promessas de uma solução ampla para a crise de imigração. Mas desde então o humor piorou e a atitude do público parece ter endurecido em relação ao tema. Na Hungria, por exemplo, o primeiro-ministro Viktor Orban anunciou planos de construir uma cerca para impedir a passagem de imigrantes vindos da Sérvia, informou Agência Estado.

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