“O governo decidiu levantar as restrições de assistência de segurança para as Forças de Defesa do Bahrein e a Guarda Nacional que foram implementadas em seguida a repressão das manifestações em 2011”, disse John Kirby, do Departamento de Estado dos EUA.
Ele acrescentou que o governo do Bahrein fez “alguns progressos significativos na questão de reformas na área de direitos humanos e reconciliação”.
A restauração da ajuda militar ao Bahrein ocorre duas semanas depois de tribunal condenar o líder da oposição xiita, Sheikh Ali Salman, a quatro anos de prisão. Ele foi condenado por insultar o Ministério do Interior e de incitar outros a violarem a lei, na sequência da revolta de 2011.
O Bahrein foi acusado por grupos de direitos humanos por reprimir brutalmente os manifestantes, com o governo em Manama usando a lei antiterrorista muito severa para perseguir ativistas de direitos humanos.
“Não podemos considerar isto como um bom passo de maneira nenhuma”, disse Brian Dooley, do grupo Human Rights First, acrescentando que isso é mau para Bahrein, mau para a região e ruim para os Estados Unidos.
Segundo Sarah Margon, diretora de Human Rights Watch em Washington, “a decisão da administração de Obama de levantar as restrições para a assistência militar às Forças Armadas e Guarda Nacional do Bahrein ocorre no meio de ausência de qualquer reforma política real ou significativa”.
Wathek Al-Hashimi, chefe do Grupo Iraquiano de Etudos Estratégicos, também tem atitude bastante crítica em relação à decisão americana de levantar as restrições de fornecimento de ajuda militar ao Bahrein:
“É preciso prestar atenção ao fato que esta ajuda militar dos EUA não é gratuita, mas sim é mais um fundo para aumentar o orçamento norte-americano. Além disso, Washington quer tornar a sua base no Bahrein mais segura”.
Os americanos também disseram que o Bahrein é um aliado estratégico na luta contra o Estado Islâmico, mas o especialista não concorda:
“Bahrein não tem bastante força para combater os terroristas do Estado Islâmico. Após as explosões na Arábia Saudita e no Kuwait, onde as estruturas da segurança não cumpriram o seu trabalho, é duvidoso que o Bahrein poderá combater o terrorismo. O Estado Islâmico não vai se limitar pelo golfo Pérsico”.
“Por meio de retirar a proibição de fornecer armas os EUA dar a luz verde ao governo do Bahrein na luta contra a oposição. Mas este é um erro grave para eles, porque pode resultar numa mais uma onda de protestos no Bahrein, o que não corresponde aos interesses do governo e, especialmente, dos EUA”, conclui Al-Hashimi.
O Bahrein, um pequeno reino, é visto como um país de Golfo estratégico e é a base principal da Quinta Frota Militar dos EUA.
Reinado pelo rei Hamad, o país foi sacudido por protestos antigovernamentais desde 2011 realizados pela maioria xiita que exigia mais liberdade no Estado governado pela dinastia sunita. Os protestos foram severamente reprimidos com ajuda da Arábia Saudita que na altura enviou tropas para apoiar o regime de Hamad.