O Estado Islâmico já anunciou a criação de "província de Khorasan" que inclui todo o Afeganistão e o Paquistão, partes da Ásia Central e leste do Irã. Vários milhares de partidários do EI já estão presentes em mais de 20 províncias do Afeganistão.
De acordo com a inteligência dos EUA, agora, um novo grupo, composto por ex-talibãs e representantes da célula afegã do Estado Islâmico, está lutando no leste do país com as principais forças do Taliban, relata a BBC.
Como disse à Sputnik o especialista iraniano Pirmohammad Mollazehi, o EI é uma sistema ideológico que não tem identidade geográfica ou nacional. Os seguidores do EI no Afeganistão são grupos extremamente insatisfeitos com a situação atual no país.
Ele observou que o Estado Islâmico e o Taliban têm ideologias diferentes. O Taliban quer estabelecer um governo com base na sharia (lei islâmica) apenas dentro do Afeganistão e, parcialmente, no norte do Paquistão (Vaziristão do Norte). Já o EI planeja espalhar a sharia em todos os países islâmicos, e, em seguida, exportá-la para todo o mundo.
“O Taliban tem medo de aparecer uma força nova que venha a suplantá-lo e a afastá-lo da arena política afegã. É bem sabido que no Afeganistão sempre existiram a rivalidade tribal e confrontos entre grupos ideológicos. Por isso não é possível que o Taliban reconheça o poder do EI”, disse Mollazehi.
O contingente dos EUA está preocupado com a situação no Afeganistão, notando que, sem o apoio internacional, as forças de segurança locais não serão capazes de lidar com os dois maiores grupos islâmicos.
Anteriormente a agência RIA Novosti também informou, com referência à ONU, que as autoridades afegãs não conseguirão resistir aos combatentes do Taliban sem apoio internacional. O exército precisa de helicópteros de ataque, que anteriormente eram fornecidos pela Força Internacional de Assistência à Segurança.
Entretanto, numa recente reunião com o presidente russo Vladimir Putin, o ex-presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, notou que o Ocidente e os Estados Unidos têm os seus próprios interesses na região. Segundo o político, eles têm contribuído para a exportação das ideias do Estado Islâmico para o Afeganistão e a Ásia Central e o seu objetivo global é enfraquecer a influência da Rússia e da China na região.