Opinião: Grexit é inevitável, zona do euro está em perigo

© AFP 2023 / Louisa GouliamakiAs pessoas celebram os resultados do referendo em Atenas.
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Especialista em mercados econômicos internacionais e autor do livro “Capital Market Revolution” (Revolução no Mercado de Capital) Patrick Young disse à rádio Sputnik que o risco da saída da Grécia da zona do euro é 100 por cento, que a situação política é muito tensa e que as negociações chegaram a um impasse.

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“Ninguém pode emendar a situação. O FMI colocou-se num beco sem saída, violou as suas próprias regras e agora arrisca enfrentar uma divisão interna. E a União Europeia está em um caos – eles perderam um volume imenso de dinheiro e não podem oferecer um perdão da dívida, que a Grécia tanto necessita para a sobrevivência. Por isso a situação política é muito tensa. É quase impossível haver progresso nas negociações [da Grécia com os credores]”, opina o economista. 

Explicando a sua afirmação sobre a probabilidade de 100 por cento da saída da Grécia da zona do euro, ele disse que o dinheiro vivo está se esgotando no país. 

“Para pagar salários o governo grego terá que oferecer os seus próprios títulos de dívida à população e esses títulos acabarão por se tornar em novo dracma [moeda grega antes do euro]”, opina Young.

Além disso, segundo ele, quando alguma moeda começar a circular na Grécia paralelamente ao euro, isto de fato significará o fim do euro no país. Entretanto, frisa Young, o lev búlgaro já começou a circular no norte da Grécia porque os gregos se sentem mais cômodos a usá-lo e fazer transações nesta moeda.  

Falando da tática da União Europeia nestas circunstâncias, o economista disse o seguinte:

“Eu acho que agora a União Europeia, nomeadamente a zona do euro, tentará criar um certo casulo em torno dos existentes membros da zona do euro. O que nós temos é uma consequência da política econômica ruim que tem suas raízes 10-15 anos atrás. Desde o momento das crises de 2000 e 2008 não foram tomadas medidas de saneamento na zona do euro. O que nós temos é uma sociedade antiempresarial na qual ninguém quer investir”.

A previsão dele é pessimista:

“A zona do euro está em situação muito complicada… A Itália está de fato em bancarrota. A Espanha é de fato incapaz. E em França 57 por cento da economia é controlado pelo governo que, cedo ou tarde, não poderá arranjar meios para sustentar o financiamento da dívida”.

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