“Não concorremos com os russos na mesma categoria. Nós nem sequer participamos do jogo”, disse o chefe da Guarda Costeira americana, Paul Zukunft, citado pela edição Newsweek.
O canal de TV russo Vesti confirmou estes dados.
Ao mesmo tempo, os EUA tentam usar os quebra-gelos simultaneamente na Antártida, o que não lhes permite agir de maneira operativa. Já foi criada uma petição que exige a compra de novos navios deste tipo, mas ainda não há resultados.
Para comparar: a Rússia tem seis quebra-gelos atômicos e mais de uma dezena de quebra-gelos a diesel. Vladimir Pavlenko, diretor do Centro dos Estudos Árticos da Academia de Ciências da Rússia:
“A Rússia é o único país que possui uma frota de quebra-gelos. É preciso sublinhar que os nossos quebra-gelos acompanham não só os navios que transportam cargas pela Via Marítima Setentrional, mas também os navios de pesquisa. Os EUA não têm tais capacidades”.
Mas porque o Ártico é tão importante para a Rússia e os EUA? Os cientistas americanos dizem que 15 por cento de petróleo, 30 por cento de todos os recursos de gás natural e 20 por cento de gás natural liquefeito estão concentrados no Ártico. Aleksandr Ignatyev, redator da revista Arkticheskie Vedomosty (Notícias do Ártico) explica a importância chave do Ártico para a economia russa:
“Para a Rússia o desenvolvimento do Ártico é uma prioridade. Um quarto do território russo fica no Ártico [quer dizer, acima do círculo polar], o Ártico proporciona 20 por cento do PIB e 20 por cento das exportações. E tudo isso é feito por 1,5 por cento da população russa, que também merece boas condições de vida. Assim, a atenção em relação ao Ártico é absolutamente justificada. Ao mesmo tempo a Rússia colocou uma tarefa – conservar o Ártico como zona de paz e colaboração com outros países”.
A Via Marítima Setentrional merece ser mencionada separadamente. Uma vasta frota de quebra-gelos permitirá à Rússia controlar completamente esta promissora via de navegação, que poderá substituir a rota marítima do sul, que passa pelo Canal de Suez. A Via Marítima Setentrional é mais curta e, em alguns aspetos, mais segura devido à pirataria no golfo de Áden e instabilidade no Egito. O caminho da Europa à Ásia demora pela rota do norte 35 dias, em vez de 48 dias se usarmos o canal de Suez. Após a queda da URSS, a Via Marítima Setentrional foi quase abandonada, mas nos últimos anos o interesse em relação a ela está crescendo graças às ações ativas da parte russa. Neste momento o volume anual de cargas transportadas por esta via é de quatro milhões de toneladas, mas segundo o vice-premiê russo Arkady Dvorkovich, esse volume pode crescer 20 vezes daqui a 15 anos.
Além disso, neste momento a Rússia está construindo dez estações de pesquisa, 16 portos, 13 aeródromos e 10 estações de defesa antiaérea no Ártico.