Argumentando a ação judicial, o ministro das Relações Exteriores das Filipinas declarou à época que o seu país esgotou todas as possibilidades políticas e diplomáticas para alcançar uma resolução pacíficas das disputas marítimas com a China.
Nos últimos 2 anos e meio a situação do conflito no Mar do Sul da China tem se agravado ainda mais. Dele participam hoje, além da China e das Filipinas, Vietnã, Taiwan, Brunei e, até certo ponto, a Indonésia.
Para entender melhor essa situação e os motivos que levaram Filipinas a apelar ao tribunal de Haia, Sputnik entrevistou o cientista político russo Dmitry Mosyakov, diretor do Instituto de Estudos Orientais da Academia de Ciências da Rússia.
Além disso, as Filipinas são o país mais pró-Ocidente dessa região. Eles nunca tiveram qualquer admiração pela China como um pólo histórico e cultural do Leste Asiático. As relações das Filipinas com a China são desprovidas de uma complexidade histórica e são baseadas exclusivamente em realidades pragmáticas. Para Filipinas, as relações com os EUA são muito mais valiosas, do que com a China. Estados Unidos, por outro lado, busca há tempos transformar o conflito territorial sobe o Mar do Sul da China em uma contenda multilateral, com participação de organizações internacionais e supranacionais, onde o país norte-americano possui grande influência”.
Ao mesmo tempo, na opinião do especialista, Washington está interessado em manter as tensões no Mar do Sul da China. Nos últimos anos, foi possível observar a escalação da participação norte-americana nessa disputa regional, tanto do ponto de vista político, quanto diplomático e militar. E foi justamente após mais um embate com a China que Filipinas solicitaram suporte militar dos EUA, recusado por Manila no início da década de 1990.
Quanto à China, Pequim declinou de modo imediato as pretensões filipinas e recusou colaborar com o tribunal, não reconhecendo a sua jurisdição. O tribunal segue o processo sem a presença de representantes chineses e planeja anunciar um veredito em março de 2016.