Várias pessoas da multidão reunida em Potocari atacaram a segurança da delegação sérvia em uma tentativa de alcançar Vucic, levando a uma briga. Outros participantes da cerimônia jogaram pedras nos altos funcionários. Segundo relatos das mídias, o primeiro-ministro ficou ferido quando uma pedra o atingiu no rosto, quebrando seus óculos.
"Eles estavam jogando pedras, sapatos, tudo o que tinham", disse um membro da delegação ao jornal sérvio Serbian Blic.
Na cerimônia em Srebrenica também estavam presentes os presidentes da Croácia, Eslovênia e Montenegro, os primeiros-ministros da Albânia e da Turquia e ex-presidente americano Bill Clinton, que elogiou Vucic e o presidente croata Kolinda Grabar Kitarovic por sua presença no evento.
Antes de chegar, Vucic fez uma declaração em que ele condenou o "crime terrível", que aconteceu em Srebrenica, e explicou as razões da sua participação da cerimônia, que marca 20 anos desde a tragédia de 1995:
"Vinte anos passaram desde o terrível crime que aconteceu em Srebrenica. Não há palavras que possam expressar a tristeza daqueles que sofreram, e a raiva e amargura contra aqueles que cometeram esse crime monstruoso. A Sérvia condena inequivocamente esse crime terrível, abomina aqueles que participaram nele e continuará a trazê-los à justiça".
"É minha responsabilidade curvar-me diante das vítimas, um ato com o qual podemos avançar para o futuro", disse Vucic.
A Bósnia e Herzegovina anunciou em 1992 a sua separação da Iugoslávia, o que levou ao início da guerra no país, com a participação de muçulmanos bósnios, sérvios e croatas, que durou até 1995. Cerca de 100 mil pessoas morreram na guerra da Bósnia. O cerco de Srebrenica, declarada zona sob a proteção da ONU, e as execuções em massa da população masculina da cidade, em julho de 1995, são considerados os episódios mais sangrentos da guerra da Bósnia.
O ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, afirmou que a resolução proposta pela Grã-Bretanha possui um espírito totalmente anti-sérvio e trata incorretamente, até do ponto de vista jurídico, o que aconteceu na altura e aquilo que já havia sido avaliado pelo Conselho de Segurança da ONU.