O Ocidente está alargando as sanções contra a Rússia, não obstante Kiev continuar relutante no que toca a uma solução pacífica para o conflito: o governo ucraniano recusou-se a implementar parte dos acordos de Minsk sobre o cessar-fogo.
Ele lembrou que a França tentou resolver a crise na Ucrânia, restaurando o chamado formato de negociações de Normandia, que levaram à assinatura dos dois acordos de Minsk sobre o cessar-fogo no leste da Ucrânia.
"No entanto, o segundo acordo de Minsk não tem sido implementado por causa da Ucrânia, que rejeita a parte política do documento, nomeadamente as eleições nas regiões russófonas orientais e a proposta de reforma constitucional sobre uma ampla autonomia destas regiões. E agora eles estão punindo a Rússia. É um verdadeiro teatro".
Segundo ele, as sanções antirrussas foram prorrogadas sem uma discussão plena na União Europeia. Tal prática de subserviência aos Estados Unidos, disse, deve ser desafiada.
"Em princípio, todos os Estados são iguais nas Nações Unidas, exceto, é claro, o Conselho de Segurança, que inclui cinco membros permanentes dos quinze. Este esquema legítimo entrou em colapso e deu lugar ao chamado ocidentalismo, um sistema dominante de fidelidade ao suserano americano", concluiu Chevenement.
Jean-Pierre Chevenement é um dos fundadores do Partido Socialista Francês e do partido de esquerda Movimento Republicano e Cidadão, do qual ele é presidente honorário. Ele também foi representante especial do Ministério do Exterior francês para as relações com a Rússia.