“Segundo muitas fontes em Kiev e Ottawa, tudo começou quando um dos manifestantes perseguido pela polícia começou a agitar um passaporte canadense em frente dos guardas da embaixada. Quando a porta se abriu, outros manifestantes seguiram-no armados de bastões e pedras da calçada”, diz a edição.
O chefe da missão diplomática canadense acrescentou que os manifestantes pró-Maidan não causaram qualquer prejuízo com a sua presença no edifício.
“Segundo me disseram, isto durou alguns dias e eles deixaram flores quando saíram”, disse Vashchuk.
Segundo afirmaram à agência representantes não identificados do Ministério do Interior da Ucrânia, na sequência das ações dos manifestantes, foi iniciado um processo penal, mas após a fuga do então presidente da Ucrânia Viktor Yanukovich do país, a investigação ficou sem efeito.
“Não houve obstáculos consideráveis no seu caminho para entrar na embaixada. Não havia muita guarda… Naquela altura o Canadá tinha mais simpatia pelos manifestantes de que pelo governo oficial”, disse um deles.
Em fevereiro de 2014 o Ministério do Interior da Ucrânia informou que um grupo de radicais havia irrompido no edifício da embaixada do Canadá e teria causado danos. A polícia também informou que os malfeitores roubaram um caminhão que depois disso foi dirigido em direção de uma multidão. Na sequência disso três pessoas sofreram ferimentos e o próprio caminhão foi queimado.
A história da ajuda canadense aos adeptos dos protestos pró-europeus na Ucrânia fica mais compreensível no contexto dos fortes laços entre a Ucrânia e o Canadá. Segundo a estatística estatal canadense, em 2011 1.209.085 residentes do Canadá tinham parcial ou plena origem ucraniana, o que os torna o nono maior grupo étnico no Canadá. Além disso, o Canadá é o terceiro país com maior população ucraniana após a própria Ucrânia e a Rússia.
Os ativistas da representação do Setor de Direita na capital do Canadá reuniram-se perto da embaixada ucraniana, divulgou o canal televisivo ucraniano 112 Ukraina alegando a página no Facebook do assim chamado Corpo Voluntário Ucraniano (DUK, na sigla em ucraniano).
A praça central de Kiev – praça da Independência (Maidan Nezalezhnosti) foi ocupada por apoiantes da integração europeia em 21 de novembro de 2013, logo após o anúncio do governo de Nikolai Azarov de suspender a assinatura de um acordo de associação com a União Europeia. A praça se tornou o centro do confronto entre as forças de segurança e os radicais da oposição.
Após meses de violentos confrontos, em 22 de fevereiro 2014 na Ucrânia aconteceu uma mudança de poder que segundo muitos especialistas tem caraterísticas de golpe de Estado. A Suprema Rada afastou o presidente Viktor Yanukovich do poder e ele teve que fugir do país receando pela sua vida.