Mídia: Manifestantes esconderam-se na embaixada do Canadá durante protestos de Maidan

© Sputnik / Andrey Stenin / Acessar o banco de imagensMaidan Nezalezhnosti, em Kiev, durante protesto
Maidan Nezalezhnosti, em Kiev, durante protesto - Sputnik Brasil
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Participantes das manifestações antigovernamentais em favor da euroassociação da Ucrânia que sacudiram Kiev em 2014 usaram a embaixada do Canadá na capital ucraniana como abrigo, escreve o jornal Toronto Star alegando a investigação realizada pela agência Canadian Press.

“Segundo muitas fontes em Kiev e Ottawa, tudo começou quando um dos manifestantes perseguido pela polícia começou a agitar um passaporte canadense em frente dos guardas da embaixada. Quando a porta se abriu, outros manifestantes seguiram-no armados de bastões e pedras da calçada”, diz a edição. 

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O embaixador do Canadá na Ucrânia Roman Vashchuk confessou na entrevista para a agência que o portador do passaporte “estava de uma forma qualquer ligado ao grupo [de manifestantes]”. Ele também confessou que os manifestantes ficaram no prédio principal da embaixada durante uma semana. Este fato, segundo frisa a edição, nunca foi ostentado pelo governo canadense.        

O chefe da missão diplomática canadense acrescentou que os manifestantes pró-Maidan não causaram qualquer prejuízo com a sua presença no edifício. 

“Segundo me disseram, isto durou alguns dias e eles deixaram flores quando saíram”, disse Vashchuk. 

Segundo afirmaram à agência representantes não identificados do Ministério do Interior da Ucrânia, na sequência das ações dos manifestantes, foi iniciado um processo penal, mas após a fuga do então presidente da Ucrânia Viktor Yanukovich do país, a investigação ficou sem efeito. 

“Não houve obstáculos consideráveis no seu caminho para entrar na embaixada. Não havia muita guarda… Naquela altura o Canadá tinha mais simpatia pelos manifestantes de que pelo governo oficial”, disse um deles. 

Em fevereiro de 2014 o Ministério do Interior da Ucrânia informou que um grupo de radicais havia irrompido no edifício da embaixada do Canadá e teria causado danos. A polícia também informou que os malfeitores roubaram um caminhão que depois disso foi dirigido em direção de uma multidão. Na sequência disso três pessoas sofreram ferimentos e o próprio caminhão foi queimado.   

A história da ajuda canadense aos adeptos dos protestos pró-europeus na Ucrânia fica mais compreensível no contexto dos fortes laços entre a Ucrânia e o Canadá. Segundo a estatística estatal canadense, em 2011 1.209.085 residentes do Canadá tinham parcial ou plena origem ucraniana, o que os torna o nono maior grupo étnico no Canadá. Além disso, o Canadá é o terceiro país com maior população ucraniana após a própria Ucrânia e a Rússia. 

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Curiosamente, adeptos da organização extremista ucraniana Setor de Direita, proibida na Rússia, organizaram neste domingo na capital canadense, Ottawa, uma ação de solidariedade com os membros da organização que entraram em confrontos com a polícia na cidade de Mukachevo, no oeste da Ucrânia. 

Os ativistas da representação do Setor de Direita na capital do Canadá reuniram-se perto da embaixada ucraniana, divulgou o canal televisivo ucraniano 112 Ukraina alegando a página no Facebook do assim chamado Corpo Voluntário Ucraniano (DUK, na sigla em ucraniano). 

A praça central de Kiev – praça da Independência (Maidan Nezalezhnosti) foi ocupada por apoiantes da integração europeia em 21 de novembro de 2013, logo após o anúncio do governo de Nikolai Azarov de suspender a assinatura de um acordo de associação com a União Europeia. A praça se tornou o centro do confronto entre as forças de segurança e os radicais da oposição.

Após meses de violentos confrontos, em 22 de fevereiro 2014 na Ucrânia aconteceu uma mudança de poder que segundo muitos especialistas tem caraterísticas de golpe de Estado. A Suprema Rada afastou o presidente Viktor Yanukovich do poder e ele teve que fugir do país receando pela sua vida.

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