Em 2014, o país superou pela primeira vez a marca dos 6 milhões de turistas estrangeiros. A Argentina continua em primeiro lugar na lista de principais países emissores para o Brasil, com 1.743.930 turistas. Em seguida vêm os Estados Unidos, com 656.801 visitantes, e o Chile, que ultrapassou o Paraguai e assumiu o terceiro lugar no ranking, com 336.950 turistas enviados ao Brasil.
O ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, garante o boca a boca foi a melhor propaganda para aumentar os números do turismo no Brasil, mas admite que o impacto da Copa Mundo foi importante para o aumento significativo de visitantes no ano passado. O ministro diz que a meta agora é ampliar os números para os Jogos Olímpicos Rio 2016. “Foi certamente a partir daí. Quando as pessoas voltaram para seus países, devem ter falado bem do Brasil e das cidades que visitaram por causa da Copa do Mundo. Por isso eu quero, em relação às Olimpíadas, repetir, amplificando. Se na Copa do Mundo gerou aquele resultado – quando vieram, voltaram e divulgaram, e depois outros vieram –, imagina numa Olimpíada, que vai trazer 205 países e não mais os 30 da Copa, além de mais de 40 mil profissionais da imprensa. Imaginem repercussão e a amplificação disso, quando as pessoas voltarem para seus países. Essa é grande publicidade que nós queremos ter e alcançar. Eu acho que o Brasil está abrindo uma grande oportunidade na área do turismo internacional.”
Em junho, mês da Copa do Mundo 2014, a chegada de turistas internacionais praticamente triplicou. Saltou de 350.025 em 2013 para 1.018.876 em 2014, naquele mês.
Segundo o ministro, a Copa do Mundo trouxe grandes benefícios econômicos e lições importantes para o setor do turismo no país, mas ele sabe que é preciso garantir melhor infraestrutura para o visitante, para obter números positivos também nos Jogos Olímpicos. “Nós temos alguns entraves – a questão da segurança pública, da qualificação da mão de obra para a prestação de serviço, da própria rede hoteleira, que temos que ampliar, a conectividade aérea dos aeroportos regionais, que estamos ampliando agora. Eu estou insistindo muito na questão da Olimpíada, porque é um momento único, num espaço de 50 anos, em que o Brasil vai poder se mostrar ao mundo de uma vez só. É aproveitar este momento para uma maior e melhor divulgação, e temos que atacar agora visando ao próximo ano.”
De acordo com o Ministro Henrique Eduardo Alves, a ideia é transformar o Rio de Janeiro do Ano Olímpico num centro do turismo internacional. “E o Rio de Janeiro vai trazer para todo o Brasil um upgrade muito grande.”
O ministro do Turismo destacou ainda as vantagens para o setor com a alta do dólar e do euro, que tem ajudado a desenvolver cada vez mais o turismo interno e pode favorecer também o Ano Olímpico.
Henrique Alves ressaltou ainda a participação da iniciativa privada, que está custeando cerca de 70% das obras para a realização dos Jogos Olímpicos. Ele defende a criação de áreas especiais de interesse turístico, onde os investidores ganhariam incentivos fiscais e de crédito para melhorar a infraestrutura turística do Brasil. Outro projeto em andamento é a mudança no modelo de gestão da Embratur. O ministro acha que a estratégia de promoção brasileira no setor de turismo precisa ser mais agressiva. Dessa forma, é preciso adotar um modelo de agência mais ágil e flexível, com possibilidade de parceria com a iniciativa privada.
Ainda com foco na Olimpíada, o ministro do Turismo diz que está negociando uma forma de suspender, em caráter excepcional, a exigência do visto para os norte-americanos, que são os que mais visitam o Brasil, no período de agosto deste ano até o fim dos Jogos Paralímpicos em 2016. “O americano é o que mais permanece, com uma média de 20 dias, e é o que mais gasta quando vem ao Brasil. Por isso estou lutando para que se consiga uma excepcionalidade no Ano Olímpico, para isentar de visto o turista americano que vem para a Olimpíada.”