O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, a chanceler alemã Angela Merkel, o presidente francês François Hollande, e o presidente do Conselho Europeu Donald Tusk apresentaram na segunda-feira (13) o novo plano para resolver o problema da dívida grega, não obstante a recusa dos próprios gregos da política de austeridade, exigida pelos credores.
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Como parte do plano apresentado, segundo o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, a UE planeja usar o Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (EFSM na sigla em inglês) para manter a situação econômica da Grécia sob controlo.
O EFSM financia-se nos mercados internacionais, usando o próprio orçamento da UE como garantia, e pode liberar bilhões de euros com só um aceno dos ministros das Finanças da UE.
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Os empréstimos do EFSM podem ser concedidos a todos os 28 Estados-Membros da UE, e não apenas a membros da zona do euro. Babis admitiu que este mecanismo poderia ser usado apenas temporariamente.
Em teoria o plano parece bom, mas na prática o descontentamento pela obrigação de salvar a Grécia aumenta na Europa. A Sputnik coletou vários exemplos de comentários de desagrado – tanto de políticos, como de gente comum.
Reino Unido
O chanceler britânico George Osborne declarou na terça-feira (14) que o Reino Unido não está preparado para se juntar à salvação da Grécia, porque não faz parte da zona do euro:
"A Grã-Bretanha não pertence à zona do euro, por isso a ideia de que os contribuintes britânicos deverão participar no acordo grego não é de maneira nenhuma uma solução. A zona do euro deve arcar com a sua própria conta."
República Tcheca
“A República Tcheca nega servir como o garante das dívidas gregas, e o Conselho Europeu já havia declarado que este mecanismo não seria usado após junho de 2013. Continuamos pensando que o mecanismo não deve ser usado. Se temos que recorrer ao mecanismo, deveria ser usado só temporariamente.”
França
A chefe do partido francês Frente Nacional, Marine Le Pen, declarou na coletiva sobre a crise grega:
“O senhor Hollande mente. Eu declaro isso abertamente. Ele mente aos franceses forçando-lhes a pensar que a operação será fácil para eles.”
A política tem dúvidas de que o povo da França poderia “conceder mais um empréstimo”, tendo em conta, que, segundo Le Pen, nunca receberão o reembolso.
A dívida externa da França já superou 2 trilhões de euros, exigindo "sacrifícios" de jovens e idosos. O novo plano da UE exigirá 16 milhões de euros da França, ou 20% dos já estabelecidos 80 milhões que a UE emprestará à Grécia.
"Os adicionais 16 bilhões de euros de dívida cairão sobre os ombros dos contribuintes franceses e serão jogados no fogo do pagamento da dívida", disse Marine Le Pen, condenando a decisão, que "não vai mudar nada."
Segundo ela, o novo plano resultará em uma "catástrofe".
Letônia
Os especialistas da Letônia também opinam que o país não quer resolver problemas de outros países à sua conta.
O correspondente da emissora Sputnik em Riga Vitaly Fotin opinou:
“O montante exigido de 240 milhões é muito sério para a economia da Letônia. Uma parte do montante deve ser paga e outra – garantida. Desta maneira, o dinheiro não chegará ao orçamento da Letônia, mas aumentará a dívida interna.”
O conselheiro do Banco da Letônia Andris Strazds declarou que no momento não se discute a solidariedade com a Grécia, mas sim, a perda de credibilidade ao país.
“Corremos o risco de perder o dinheiro dos contribuintes letões.”
Finlândia
De acordo com o jornal alemão Focus, a Finlândia ocupa o quinto lugar entre os países que são forçados a pagar à Grécia montantes maiores no âmbito do terceiro pacote da ajuda financeira. Quem pagará mais será o Luxemburgo, onde cada cidadão deve pagar 1.260 euros. Para comparar, cada cidadão da Finlândia é forçado para pagar 925,9 euros.
Os leitores da revista finlandesa Turun Sanomat comentam a situação de maneira irónica:
“Nós, finlandeses, devemos agir da mesma maneira que os outros: não pagar impostos e realizar manifestações.”
Suécia
“Parece que a UE pode tentar exigir contribuições mesmo àqueles que não fazem parte da parceria econômica da Europa. Logo eles provavelmente vão alegar que a Suécia teve uma série de benefícios com a sua adesão à UE e, portanto, deve transferir bilhões para ajudar aqueles que usam o euro. Pois, com um premiê como Stefan Lofven é claro o que acontecerá, acabaremos por pagar.”