“Esta é a primeira visita ao Departamento de Estado de um chanceler cubano desde 1958. E [o dia de] hoje marca também a retomada dos laços diplomáticos entre nossos países e a reabertura de nossas embaixadas depois de uma ruptura que durou 54 anos”, disse Kerry, em entrevista coletiva.
De acordo com Kerry, o processo de total normalização das relações entre Estados Unidos e Cuba vai continuar e deve ser “longo e complexo”. “Este momento histórico não significa um fim às diferenças que ainda separam nossos governos, mas reflete a realidade de que a Guerra Fria acabou há um bom tempo. Os interesses dos dois países são mais bem servidos pelo engajamento, e não pelo estranhamento. Começamos o processo de normalização, que vai levar tempo, mas vai beneficiar as pessoas em Cuba e nos Estados Unidos.”
O ministro cubano, por sua vez, falou da importância de se eliminar o embargo americiano à Cuba, para dar prosseguimento no processo de normalização das relações entre os dois países. “Reiteramos a urgência de o Congresso [norte-americano] eliminar o embargo e pedimos ao presidente Obama que adote medidas executivas para modificar a implementação de alguns aspectos dessa política”, afirmou Rodríguez, em entrevista coletiva.
“Eu enfatizo que a suspensão total do embargo, a devolução do território ilegalmente ocupado de Guantánamo e a compensação ao nosso povo por prejuízos econômicos são cruciais para avançar na normalização das relações”, disse a autoridades cubana.
O chanceler reconheceu que a normalização das relações bilaterais será um processo longo e complexo. “Há profundas diferenças entre Cuba e Estados Unidos em relação às nossas visões sobre direitos humanos e em questões referentes ao direito internacional que vão persistir. Mas acreditamos que ambos os países podem cooperar e coexistir de maneira civilizada, baseada no respeito a essas diferenças.”
Cuba reabriu, nesta segunda-feira, sua embaixada em Washington depois de 54 anos sem relações diplomáticas com os Estados Unidos.
No final de maio, Washington suspendeu o principal obstáculo ao reatamento de relações diplomáticas ao retirar Cuba da lista norte-americana de países que apoiam o terrorismo.
Desde 1977, os dois países, separados pelo Estreito da Flórida (Sudeste dos Estados Unidos), estavam representados apenas por seções de Interesses em Washington e Havana, encarregadas de tarefas consulares, informou Agência Brasil.