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Etanol 2G de biorrefinaria paulista vai ser alternativa ao petróleo

Dilma e o etanol
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A inauguração da fábrica de produção de etanol 2G em Piracicaba, SP, representa um salto para a área energética do país, possibilitando o aumento de 50% da produção sem ampliação da área de cultivo. A Presidenta Dilma Rousseff, presente no evento, ressaltou que a inovação tecnológica é estratégica para o novo ciclo de crescimento do país.

A unidade de Piracicaba, da companhia Raízen, é a segunda com essa tecnologia a entrar em funcionamento no Brasil. Já existe uma usina em Alagoas, de outro grupo empresarial.

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Enquanto o etanol de 1.ª geração é produzido a partir do caldo da cana-de-açúcar, o de 2.ª geração (etanol 2G, etanol celulósico) é extraído a partir do reaproveitamento do bagaço e da palha da cana, produzindo energia renovável.

A fábrica de Piracicaba tem capacidade de produção de 42 milhões de litros de etanol 2G por ano. A estimativa é de que uma tonelada de cana seca consiga produzir 300 litros de etanol. O Brasil é o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo, sendo que 60% da produção nacional ficam no Estado de São Paulo.

Durante o discurso de inauguração, a Presidenta Dilma assegurou que o etanol 2G é uma conquista para o Brasil, pois representa o futuro da energia renovável, e o combustível emite 15 vezes menos dióxido de carbono se comparado ao comum.

“Todos nós sabemos que o maior desafio quando se trata de produzir energia de forma sustentável está na área de combustíveis, e sabemos também que os passos em direção a um melhor tratamento em relação à questão do clima passam necessariamente pela matriz de combustíveis, além da matriz de energia elétrica”, afirmou Dilma.”

A Presidenta Dilma disse ainda que com o etanol de 2.ª geração vai ser possível tornar a produção mais eficiente e sustentável, questões atuais que preocupam o mundo e que vão ser discutidas durante a COP 21 – Conferência do Clima, que vai ocorrer em dezembro, em Paris.

“No momento em que o mundo olha com extrema preocupação para a questão da mudança do clima, uma das mais importantes reuniões multilaterais nesta área terá lugar no final do ano em Paris. Todos os países se preparam para isso, e para demostrar a sua preocupação, o seu empenho e as suas realizações nesta área.

Ela destacou também que o etanol 2G vai fortalecer o Brasil como líder no uso de fontes renováveis na matriz energética.

“O Brasil considera que é muito importante que em 2030 nós não façamos só menção à matriz de energia elétrica, mas façamos menção à matriz de energia e, portanto, com destaque especial para as fontes renováveis na área de combustíveis. Isso criará uma imensa demanda para o etanol no mundo. Nós vamos levar essa proposta e esse compromisso a Paris em dezembro, quando será realizada a COP 21.”

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A presidente afirmou acreditar que, ao consolidar a produção de etanol celulósico em escala comercial, o Brasil vai se manter na vanguarda da produção e do uso do etanol, além de colocar o combustível como uma alternativa ao petróleo. “Isso significa garantir uma rota inovadora que implique em maior produção e produtividade, maiores e melhores empregos”, comentou Dilma. “Sobretudo significa também colocar o Brasil numa posição especial para essa nova etapa, na longa história do etanol como um dos combustíveis alternativos ao petróleo. No caso do etanol, ele tem uma caraterística que é fundamental destacar, ele é capaz de utilizar a mesma logística e estrutura do petróleo, portanto, tem um poder de penetração e de combinação que torna mais fácil um dos grandes desafios, eu repito, para a questão do clima, que é a matriz de combustível, tornar a matriz de combustível mais sustentável.”

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Também presente na inauguração da fábrica de etanol 2G, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, falou sobre a importância do setor sucroenergético na economia do país, onde os produtos da cana-de-açúcar representam mais de 15% da oferta interna de energia no Brasil. “Aqui está sendo apontado o caminho para que a indústria sucroenergética consolide seu espaço na economia brasileira e na economia mundial. Os produtos de cana já representam 15,7% da oferta interna de energia brasileira, se consideramos o etanol anidro, o etanol hidratado e a bioeletricidade gerada pela biomassa da cana. Ou seja, está quase do tamanho de uma Belo Monte, a usina hidrelétrica que estamos construindo no Norte do Brasil. Tornou-se a  terceira fonte de eletricidade, ficando atrás apenas da hidreletricidade com 66,1% e do gás natural. Isso mostra a importância desse setor na matriz enérgica do país, mas não há tempo para acomodação. A demanda por combustíveis está crescendo estruturalmente, e já existe lacuna entre a demanda a ser atendida e a capacidade hoje instalada de produção de gasolina e etanol.”

A nova biorrefinaria recebeu investimentos da ordem de R$ 240 milhões, sendo R$ 207,7 milhões  dos recursos  financiados pelo BNDES, o que representa quase 90% do valor, com carência de 3 anos e 10 anos para pagar. Em longo prazo, a empresa Raízen vai construir mais 7 unidades de produção de etanol de 2.ª geração, o que significará investimentos de R$ 2,5 bilhões.

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